A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desistiu de ouvir o ex-presidente do Senado e líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL) como testemunha de defesa do petista na Lava Jato em Curitiba. O depoimento estava previsto para esta quarta-feira, 15. O pedido de desistência foi protocolado ao juiz Sérgio Moro na tarde de terça-feira (14) e acatado pelo juiz da Lava Jato no mesmo dia. Com isso, por ora, o peemedebista não precisará depor a Moro.
Na solicitação, a defesa de Lula alega que o parlamentar não acrescentaria nada em relação ao que já foi dito por outras testemunhas do petista. Para os advogados, um eventual depoimento de Renan "versaria sobre questões que já foram esclarecidas por outras testemunhas e documentos carreados aos autos". O depoimento do senador já estava marcado, mas com a mudança de decisão, os advogados do ex-presidente avisaram o parlamentar.
A defesa de Lula arrolou dezenas de testemunhas do mundo político e que participaram de seu mandato presidencial, como o atual ministro da Fazenda Henrique Meirelles, para tentar desconstruir a tese da Lava Jato de que o petista teria chefiado um esquema de corrupção a partir do loteamento político de estatais para seus aliados. A defesa alega que o ex-presidente não tinha conhecimento nem interferência nos desvios da Petrobras que foram revelados pela Lava Jato.
Outras testemunhas
Apesar da desistência, o juiz da Lava Jato ouve nesta quarta-feira, 15, outras cinco testemunhas arroladas pela defesa do ex-presidente, incluindo o ministro do Tribunal de Contas da União José Múcio Monteiro, por videoconferência de Brasília, o ex-ministro investigado no mensalão Walfrido Mares Guia e até o ex-diretor da PF Paulo Lacerda.
Os defensores de Lula chamaram estas testemunhas para depor na ação em que o ex-presidente é acusado pela Lava Jato de receber R$ 3,7 milhões em propinas da OAS no esquema de corrupção na Petrobras, entre 2006 e 2012. A Procuradoria da República aponta que este valor teria sido repassado por meio de um tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e do armazenamento de bens do acervo presidencial, mantidos pela Granero de 2011 a 2016.