A Executiva nacional do PSB irá se reunir, na próxima segunda-feira, para definir qual a posição do partido sobre as reformas da Previdência, Trabalhista e Política que o governo Michel Temer (PMDB) quer implantar. Ontem, a bancada federal do partido realizou uma reunião e o deputado federal Danilo Cabral (PSB) pediu que a legenda “feche questão” contra as reformas. O encontro teve a participação do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.
“Percebi que a maioria é contra as reformas. Ninguém me procura para dizer que é favorável. Eu sei que alguns são, mas o fato é que há uma pressão do eleitorado porque as medidas são demasiadamente impopulares. Quero que a nossa decisão seja o reflexo do que pensa o conjunto do partido”, afirmou o presidente do PSB.
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Na prática, porém, a decisão do PSB tem pouca influência. No ano passado, a Executiva foi contra a participação do partido no governo Temer, mas o então deputado federal Fernando Filho (PSB) foi para o ministério de Minas e Energia. A decisão gerou um mal-estar entre os socialistas.
Apesar de tudo indicar que o PSB oficializará o posicionamento contra as reformas, o martelo não foi batido.
“Vamos pegar os relatórios das reformas e examinar se o que está proposto lá está de acordo com o que pensamos. Se não tiver, não teremos problemas em ser contrários”, diz Siqueira.
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O presidente nacional do PSB garantiu que a Executiva do partido não levará em conta um possível desgaste na relação com governo Michel Temer independente de Fernando Filho integrar a gestão peemedebista.
“O PSB está muito à vontade porque tem colaborado com esse governo em nome dos interesses do País e em troca de nada. Não pedimos ministério ou estatal. O presidente Temer entendeu por bem convidar Fernando Filho, mas não estamos preocupados em pegar mais cargo ou manter os atuais”, advertiu o dirigente.
De acordo com Carlos Siqueira, as versões atuais das reformas Previdenciária e Trabalhista desagradam o PSB.
“Não podemos rasgar a nossa história e perder a nossa identidade. O nosso patrimônio são compromissos programáticos do partido e não cargo em governo”, disse.
DISTANCIAMENTO
Favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff em abril de 2016, na Câmara dos Deputados, Danilo Cabral é um dos deputados que mais têm sido críticos do governo Temer em relação à reforma da Previdência.
“A pauta reformista do governo Temer tem caráter essencialmente liberal, é frontalmente contra os princípios programáticos do PSB. Reformas do governo só olham o mercado e esquecem o povo”, afirmou.