O deputado federal Danilo Cabral (PSB) afirmou, nesta terça-feira (25), que não teme represálias por parte do governo de Michel Temer (PMDB) após a decisão do partido de não apoiar as reformas propostas pelo Poder Executivo. Nessa segunda (24), a Executiva nacional do PSB definiu que fechará questão sobre a posição contrária às reformas. A decisão do partido gerou um impasse com dois representantes - o senador Fernando Bezerra e o ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho.
No Estado, o PSB é aliado do PMDB, tendo inclusive a vice-governadoria, com Raul Henry. O deputado Jarbas Vasconcelos é aliado de primeira hora dos socialistas em Pernambuco.
Danilo Cabral afirmou que o partido está "muito tranquilo" sobre as represálias que poderá sofrer. "O PSB não indicou ninguém para o governo federal. Ele pode tirar todos os cargos que o PSB tiver dentro do governo. Vamos resgatar a direção do partido, quando no início do governo Temer, essa mesma instância que deliberou pelo fechamento de questão, deliberou lá atrás que o PSB não faria parte do governo Temer, que teríamos uma decisão de independência, que muita gente criticou, mas que a gente reafirma em favor dos interesses do Brasil e do povo brasileiro. Não queremos er oposição por ser oposição, nem governo por ser governo", afirmou, em netrevista à Rádio Jornal, na manhã desta terça-feira (25).
O parlamentar lembrou que não fez indicações de cargos para o governo de Temer, quando o peemedebista assumiu, há quase um ano. "Nós não temos cargos no governo Temer. Quem tem cargo, com todo respeito à sua história, é o ministro Fernando, chancelado por uma decisão da bancada. Talvez não tenha mais a chancela da bancada a partir da decisão do partido. Vai caber ao presidente Temer, junto com o ministro, ver qual é o caminho que vai tomar. Não pode ser um caminho que desautorize a decisão da instância nacional do partido", declarou.
PERNAMBUCO
Para Danilo, a decisão da Executiva nacional do PSB não deverá afetar a relação que a legenda tem com o PMDB em Pernambuco. "O PMDB é um grande partido, uma grande frente. Não quero emitir juízo de valor sobre o PMDB, não cabe a mim fazer isso. O fato é que são situações distintas. Nós temos o apoio fundamental e importante do ex-governador Jarbas Vasconcelos, nosso colega aqui na Câmara, do vice-governador Raul Henry. O PMDB sempre conviveu com essas situações. Não é uma situação nova para o PMDB. Não quero crer que isso vá ter algum tipo de complicação na nossa relação", acrescentou.
Nesta terça, a bancada da Câmara se reúne para debater o tema. "Na verdade, não há o que discutir. O partido decidiu, o encaminhamento é contra. O que cabe agora é a reflexão de cada parlamentar individualmente, em função da decisão do partido", frisou.