LEGISLATIVO

Rodrigo Maia avalia que greve geral não ajudará retomada da economia

Líder da Minoria na Câmara, José Guimarães, defende mobilização de trabalhadores marcada para amanhã, em protesto contra reformas propostas pelo Executivo

Da Agência Câmara
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Publicado em 27/04/2017 às 12:48
Foto: Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados
Líder da Minoria na Câmara, José Guimarães, defende mobilização de trabalhadores marcada para amanhã, em protesto contra reformas propostas pelo Executivo - FOTO: Foto: Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou nessa quinta-feira (27) que a greve geral marcada para esta sexta-feira (28), contra reformas propostas pelo Executivo, não colabora com a retomada do crescimento econômico do País.

“Reequilibrar o estado brasileiro não é uma questão de ideologia, é uma questão de racionalidade, porque precisamos racionalizar os gastos públicos. Respeito qualquer movimento, mas acho que o Brasil vive uma crise muito grave para que a gente fique gerando uma desestabilização que não é boa”, criticou.

Segundo Maia, servidores públicos têm estimulado diversas outras categorias a aderir à greve geral. Mas, para o presidente da Câmara, os servidores precisam compreender que, sem as reformas, acontecerá no Brasil o que ocorre no Rio de Janeiro, onde o governo estadual tem atrasado salários.

Maia defendeu a aprovação, pelo Plenário da Câmara, da reforma trabalhista (PL 6787/16) e reafirmou seu apoio à reforma da Previdência (PEC 287/16). Ele afirmou que as mudanças na aposentadorias vai equilibrar a relação entre a dívida pública e o PIB (Produto Interno Bruto), permitindo controle do endividamento brasileiro e maior confiança em investimentos no País.

Minoria aponta riscos

Já o líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), defendeu a mobilização dos trabalhadores contra as reformas.

Para ele, o resultado na reforma trabalhista – 296 a favor e 177 contra – mostra que o governo não tem apoio para aprovar a reforma da Previdência, já que, em vez de maioria simples, são necessários 308 votos, por se tratar de emenda constitucional.

"A oposição arrumará votos na pressão social, nas ruas, mobilizando o País e pressionando as bases dos deputados, mostrando ao parlamentar que ele não pode votar essa perversidade da reforma da Previdência. Ouvi de gente falando que votaria [A FAVOR]na reforma trabalhista e contra a da Previdência", afirmou.

Reorganização de aliados

Para o presidente da Câmara, o governo conseguiu reorganizar sua base ao aprovar a reforma trabalhista, que segue agora para análise do Senado. “Se não tivesse tido essa reorganização, não teríamos essa vitória, seria bem diferente o resultado. Nós teríamos ganho com no máximo 240 votos, mas caminhou para quase 300”, disse.

Rodrigo Maia explicou que, nas últimas semanas, a base aliada ao governo enfrentou muitos problemas na articulação de votações importantes, como na rejeição, pelo Plenário, do aumento de 11% para 14% na contribuição previdenciária de servidores estaduais.

A medida era uma das contrapartidas previstas no projeto de socorro aos estados endividados (PLP 343/17).

"Temos a obrigação de conversar para votar a reforma da Previdência e com número suficiente [DE VOTOS], porque é a reforma mais importante de que o Brasil precisa", disse. A reforma da Previdência ainda precisa ser aprovada em comissão especial da Câmara antes de ir ao Plenário.

Diálogo com a base

O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), comemorou a aprovação da reforma trabalhista e anunciou que vai manter o diálogo com a base para aprovar a reforma da Previdência. Segundo ele, o governo não se preocupa com as manifestações marcadas para amanhã.

“Avançamos muito bem, tivemos uma vitória expressiva maiúscula. Vencemos a trabalhista e vamos agora dialogando com a base. É um direito democrático de se manifestar, mas estamos preocupados em trabalhar, e o governo estará muito tranquilo em relação a isso”, afirmou.

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