O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou nessa quinta-feira (27) que a greve geral marcada para esta sexta-feira (28), contra reformas propostas pelo Executivo, não colabora com a retomada do crescimento econômico do País.
“Reequilibrar o estado brasileiro não é uma questão de ideologia, é uma questão de racionalidade, porque precisamos racionalizar os gastos públicos. Respeito qualquer movimento, mas acho que o Brasil vive uma crise muito grave para que a gente fique gerando uma desestabilização que não é boa”, criticou.
Segundo Maia, servidores públicos têm estimulado diversas outras categorias a aderir à greve geral. Mas, para o presidente da Câmara, os servidores precisam compreender que, sem as reformas, acontecerá no Brasil o que ocorre no Rio de Janeiro, onde o governo estadual tem atrasado salários.
Maia defendeu a aprovação, pelo Plenário da Câmara, da reforma trabalhista (PL 6787/16) e reafirmou seu apoio à reforma da Previdência (PEC 287/16). Ele afirmou que as mudanças na aposentadorias vai equilibrar a relação entre a dívida pública e o PIB (Produto Interno Bruto), permitindo controle do endividamento brasileiro e maior confiança em investimentos no País.
Minoria aponta riscos
Já o líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), defendeu a mobilização dos trabalhadores contra as reformas.
Para ele, o resultado na reforma trabalhista – 296 a favor e 177 contra – mostra que o governo não tem apoio para aprovar a reforma da Previdência, já que, em vez de maioria simples, são necessários 308 votos, por se tratar de emenda constitucional.
"A oposição arrumará votos na pressão social, nas ruas, mobilizando o País e pressionando as bases dos deputados, mostrando ao parlamentar que ele não pode votar essa perversidade da reforma da Previdência. Ouvi de gente falando que votaria [A FAVOR]na reforma trabalhista e contra a da Previdência", afirmou.
Reorganização de aliados
Para o presidente da Câmara, o governo conseguiu reorganizar sua base ao aprovar a reforma trabalhista, que segue agora para análise do Senado. “Se não tivesse tido essa reorganização, não teríamos essa vitória, seria bem diferente o resultado. Nós teríamos ganho com no máximo 240 votos, mas caminhou para quase 300”, disse.
Rodrigo Maia explicou que, nas últimas semanas, a base aliada ao governo enfrentou muitos problemas na articulação de votações importantes, como na rejeição, pelo Plenário, do aumento de 11% para 14% na contribuição previdenciária de servidores estaduais.
A medida era uma das contrapartidas previstas no projeto de socorro aos estados endividados (PLP 343/17).
"Temos a obrigação de conversar para votar a reforma da Previdência e com número suficiente [DE VOTOS], porque é a reforma mais importante de que o Brasil precisa", disse. A reforma da Previdência ainda precisa ser aprovada em comissão especial da Câmara antes de ir ao Plenário.
Diálogo com a base
O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), comemorou a aprovação da reforma trabalhista e anunciou que vai manter o diálogo com a base para aprovar a reforma da Previdência. Segundo ele, o governo não se preocupa com as manifestações marcadas para amanhã.
“Avançamos muito bem, tivemos uma vitória expressiva maiúscula. Vencemos a trabalhista e vamos agora dialogando com a base. É um direito democrático de se manifestar, mas estamos preocupados em trabalhar, e o governo estará muito tranquilo em relação a isso”, afirmou.