Lava Jato

'Dilma Bolada' recebeu R$ 200 mil durante campanha, diz delatora

Valor teria sido pago para que o publicitário Jefferson Monteiro reativasse a página 'Dilma Bolada' e continuasse com publicações positivas para Dilma

JC Online
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Publicado em 11/05/2017 às 19:58
Foto: Roberto Stuckert Filho / PR
Valor teria sido pago para que o publicitário Jefferson Monteiro reativasse a página 'Dilma Bolada' e continuasse com publicações positivas para Dilma - FOTO: Foto: Roberto Stuckert Filho / PR
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A publicitária Mônica Moura, uma das delatoras da Operação Lava Jato, afirmou que realizou um pagamento de R$ 200 mil como dinheiro de caixa 2 para o também publicitário Jefferson Monteiro, criador do perfil "Dilma Bolada". Segundo Moura, o dinheiro foi pago a pedido de Edinho Silva, coordenador da campanha de Dilma Rousseff para as eleições de 2014, para que a página "Dilma Bolada" fosse reativada no Facebook durante a campanha para postar informações favoráveis ao governo da petista.

A delatora afirmou ainda que os 1,4 milhões de seguidores da página "Dilma Bolada" seriam uma excelente vitrine para a campanha. No entanto, Monteiro teria retirado a página do ar em julho, no meio da campanha eleitoral, algo que teria irritado Dilma Rousseff. Moura, então, afirmou que foi procurada por Edinho Silva para "resolver este problema", pagando a quantia para que a página fosse retomada.

O dinheiro foi entregue em espécie para Monteiro no dia 29 de julho. "Mônica comentou com Edinho Silva que estava realizando esse pagamento como "um ato de boa vontade, pois o contrato da Polis (agência de publicidade que pertence a Mônica Moura e João Santana, outro delator da Lava Jato) não previa este tipo de responsabilidade", diz o texto onde consta a delação premiada da publicitária.

Mônica Moura também teria arcado com outros custos da campanha

O mesmo documento da delação premiada afirma ainda que outros favores pessoais foram realizados por Mônica Moura e João Santana para Dilma Rousseff. O casal teria arcado com os custos de um cabelereiro pessoal da ex-presidente, promovendo o pagamento de serviços até mesmo depois do encerramento da campanha eleitoral. O cabelereiro teria sido pago até o final de 2014 e recebido até R$ 50 mil.

Defesa

O publicitário Jefferson Monteiro, por meio de seu perfil no Facebook, negou que tenha recebido a quantia de Mônica Moura. Ironizando as acusações sobre supostos recebimentos que teriam sido direcionados a ele, o publicitário afirmou: "Alguém, por gentileza, me avisa onde que tenho que retirar a quantia porque estou com o aluguel atrasado e o telefone cortado", escreveu.

 

A assessoria de imprensa de Dilma criticou a demora na retirada do sigilo das delações. Em nota à imprensa, a ex-presidenta disse que o casal prestou "falso testemunho e faltou com a verdade em seus depoimentos, provavelmente pressionado pelas ameaças dos investigadores". Segundo o texto, o atraso prejudicou a defesa de Dilma na ação que corre no Tribunal Superior Eleitoral pedindo a cassação da chapa Dilma-Temer, já que as alegações finais da ex-presidenta já foram encaminhadas ao relator do caso, ministro Herman Benjamin.

"A defesa foi prejudicada pela negativa do relator. Não foi possível cotejar os depoimentos prestados pelo casal à Justiça Eleitoral e na Lava Jato. Agora mesmo, os depoimentos são entregues à imprensa, mas não repassados oficialmente à defesa da presidenta eleita", disse a assessoria, complementando que Dilma "acredita" na Justiça e que a verdade "virá à tona e será restabelecida".

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