O ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi admitiu nesta sexta-feira (19) ter conhecido o empresário Joesley Batista, do grupo J&F, controlador da JBS, durante o período em que foi ministro da Agricultura, entre abril de 2010 e agosto de 2011, e que prestou "colaboração remunerada" à companhia após deixar o cargo e passar pelo período de quarentena. "Logo após deixar o ministério, Joesley me procurou e ofereceu para que eu fosse trabalhar com ele. Nessa oportunidade, agradeci o convite e declinei, pois estava cumprindo quarentena", disse. "Depois do prazo legal, prestei colaboração remunerada a uma das empresas do Grupo JBS", completou Rossi em um comunicado.
Na delação premiada prestada por Joesley, o empresário informou que Rossi recebeu um pagamento de "um mensalinho" de R$ 100 mil mensais por um tempo após deixar o cargo, a pedido de Temer. Rossi não respondeu diretamente a indagação feita por e-mail sobre o assunto e nem informou se a "colaboração remunerada" à JBS seria por esse valor.
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'Grande empresário'
No comunicado, Rossi se referiu a Joesley como "um grande empresário do setor, de trato cordial" e admitiu que ele demonstrou interesse em conhecer Michel Temer, o então presidente do PMDB. "Não vi problema nisso", afirmou. O ex-ministro relatou ainda: "O texto da delação não diz que eu tenha participado de reunião para tratar de qualquer ilícito."
"Encerrei minha atividade pública e estou aposentado há quase seis anos", conclui.