Crise nacional

Em novo pronunciamento, Temer ataca Joesley Batista e desqualifica provas

Empresário gravou diálogo com o presidente e o acusou de irregularidades em acordo de delação premiada

JC Online
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Publicado em 20/05/2017 às 15:02
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Empresário gravou diálogo com o presidente e o acusou de irregularidades em acordo de delação premiada - FOTO: Foto: Reprodução
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Em novo pronunciamento à nação, realizado na tarde deste sábado (20), o presidente Michel Temer (PMDB) voltou a se defender das acusações de envolvimento em irregularidades feitas pelo empresário Joesley Batista e divulgadas nesta semana. O peemedebista afirmou que o dono da JBS se beneficiou com a delação e reiterou que não vai renunciar.

"Registro que li hoje uma notícia no jornal Folha de S. Paulo mostrando que uma perícia constatou que houve edição no áudio da minha conversa com o senhor Joesley Batista. Essa gravação clandestina foi veiculada e adulterada por motivos subterrâneos e incluída no inquérito sem a devida e adequada averiguação, levando pessoas ao engano e trazendo graves crises ao Brasil", comentou o presidente.

Na sua fala, Temer fez questão de frisar que está tomando as medidas jurídicas para que a autenticidade do arquivo seja avaliada. "Estamos entrando com petição no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender o inquérito até que seja verificada a autenticidade da gravação", cravou.

Em outro momento do pronunciamento, o peemedebista afirmou que Batista planejou a gravação e se beneficiou com os resultados da delação. "O autor do grampo está livre e solto andando pelas ruas de Nova Iorque enquanto o Brasil, em crise, vive dias de incerteza (...). Não passou nem um dia dia na cadeia, não foi punido. Antes de entregar a gravação, comprou um bilhão de dólares porque sabia que isso provocaria um caos no câmbio. Vendeu ações da própria empresa porque sabia que o valor delas despencaria", comentou o presidente.

Sobre o fato de ter sido gravado indicando o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB) para tratar de assuntos da JBF, temer afirmou: "Não há crime em ouvir reclamações e me livrar do interlocutor passando-o para que outra pessoa ouça suas lamúrias".

Ao encerrar sua fala, em que destacou o impacto da divulgação dos áudios da delação de Joesley na economia e na política do país, Temer reforçou que permanece no cargo. "O Brasil não sairá dos trilhos, eu continuarei à frente do governo", disse.

CRISE NACIONAL

Na última quarta-feira (17), uma conversa entre Batista e o presidente foi publicada pelo colunista Lauro Jardim no site do jornal O Globo e causou um turbilhão na política nacional. O diálogo foi gravado pelo empresário e entregue como prova da sua delação premiada. Segundo o dono da JBS, Temer concordou com a compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha e não tomou nenhuma providência ao tomar conhecimento que ele comprou um procurador da República para conseguir informações privilegiadas sobre a Lava Jato.

INVESTIGAÇÃO

Após a divulgação destas informações, o procurador geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra o presidente e teve sua solicitação acatada. Estão sendo investigados os crimes de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça.

OUÇA ABAIXO O ÁUDIO DA CONVERSA ENTRE TEMER E BATISTA:

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