O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que vai pedir ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, que "restabeleça a verdade" sobre a convocação das Forças Armadas para operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Distrito Federal. Mais cedo, Jungmann disse que Maia havia pedido a intervenção diante da violência dos manifestantes na Esplanada dos Ministérios. A informação chegou aos deputados da oposição, que rapidamente começaram a cobrar explicações, o que culminou em uma briga generalizada entre oposicionistas e integrantes da base no plenário mais cedo.
"O ministro deu uma coletiva dizendo que o pedido de GLO era um pedido da Presidência da Câmara. Eu afirmo e reafirmo que isso não é verdade. Por parte do presidente da Câmara, o pedido de apoio da Força Nacional foi para o prédio da Câmara e no seu entorno. Se o governo decidiu adotar outra medida, essa outra medida é uma responsabilidade do governo. Não pode nem deve ser da Câmara", disse Maia ao retomar a sessão no plenário. "Pedi ao líder do governo que pudesse entrar em contato com o ministro da Defesa para que ele pudesse restabelecer a verdade."
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Deputados da oposição criticaram a convocação da GLO e consideraram a decisão do presidente Michel Temer grave e inédita desde a redemocratização. O decreto prevê o uso das tropas nacionais de 24 a 31 de maio. Maia disse que vai tentar reverter essa decisão. "Se não puder cancelar o decreto, pelo menos que o governo pudesse restringir o decreto apenas ao dia de hoje", disse o presidente da Câmara.
Segundo relatos de líderes da base aliada e da oposição, Maia demonstrou bastante irritação com a atitude do ministro da Defesa durante a reunião. Ele disse que, como filho de um exilado político durante a Ditadura Militar, nunca pediria o uso das Forças Armadas para conter manifestações. O pai do presidente da Câmara, o vereador e ex-prefeito do Rio César Maia (DEM) foi exilado para o Chile durante o regime militar. Por conta disso, Rodrigo Maia acabou nascendo no Chile.