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Bancada pernambucana dividida sobre anulação de delação da JBS

Documento foi assinado por 17 líderes de partidos que estão na Câmara dos Deputados

Mariana Araújo
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Publicado em 25/05/2017 às 6:23
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Documento foi assinado por 17 líderes de partidos que estão na Câmara dos Deputados - FOTO: Foto: Agência Câmara
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O pedido de revisão das punições aplicadas aos empresários da JBS, após a homologação da delação premiada que envolve, entre outros nomes, o presidente Michel Temer (PMDB), divide a opinião da bancada pernambucana na Câmara dos Deputados. A reunião que definiu a assinatura do documento começou na noite de terça-feira (23) no gabinete do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) com a presença de cerca de 15 parlamentares. Em seguida, o grupo dirigiu-se para a casa do parlamentar, em Brasília.

Silvio Costa (PTdoB) se declarou contrário ao pedido de anulação das delações. “Por trás desse pedido, está algo muito maior, que é a anulação da Lava Jato. Cria uma jurisprudência para acabar com as outras delações também. Foi uma decisão do Judiciário e decisão do Judiciário não se discute, se acata. Concordo que foram concedidas benesses demais, mas um erro não justifica o outro”, argumentou o parlamentar.

Entre os 17 líderes de partidos que assinaram o pedido de anulação, está o PT, legenda do qual o deputado pernambucano é aliado. “O PT errou ao assinar isso. É algo para beneficiar Michel Temer e acabar com a Lava Jato”, repetiu o parlamentar.

Para Tadeu Alencar (PSB), os benefícios aplicados aos empresários da JBS “ofendem uma consciência jurídica mínima”. “O benefício da delação foi muito grande, mas o benefício do grupo não poderia ser ao ponto de mantê-los livres, leves e soltos a ponto de ter ganho dinheiro com a própria delação, as operações na bolsa de valores e no câmbio”, argumentou. Segundo o parlamentar, a líder do PSB na Câmara, Tereza Cristina (MS) não consultou a bancada antes de assinar o documento.

CPI da JBS

Na terça (23), o socialista assinou o pedido de abertura de uma CPI para investigar a JBS. A comissão irá investigar, principalmente, o crescimento da empresa nos últimos anos e a relação com o BNDES. “É um grupo econômico de um balanço de um tamanho e, pouco tempo depois, cresce em progressão geométrica, acho que o País merece conhecer o que está por trás desse crescimento vertiginoso dessa empresa”, disse. A iniciativa é do deputado Alexandre Baldy (PTN/GO), que ainda está colhendo assinaturas na Câmara.

Na opinião de Betinho Gomes (PSDB), não há tentativa de proteção, mas sim de penalizar os irmãos Joesley e Wesley Batista pelos crimes que cometeram. “É um desejo de parlamentares e da opinião pública de que eles recebam uma punição adequada, dar uma dosagem adequada ao que eles cometeram e estão saindo bem à vontade do País, até para transferir as suas empresas do País. Na minha impressão, é a busca que se faça algo equilibrado. Não vejo a intenção de proteger ou desfazer a delação, mas que se dê a justa pena”, avaliou.

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