Dois dias após o protesto na Esplanada dos Ministérios, o Palácio Planalto ainda não conseguiu identificar manifestantes que deixaram um rastro de destruição de prédios públicos e evitou comentar sobre uso de armas letais pela Polícia do Distrito Federal durante o protesto.
A uma pergunta sobre a identificação dos black blocs, manifestantes presentes nos protestos violentos de Brasília desde 2013, durante coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (26) o ministro Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional) disse que este era um problema de "segurança pública", passando a responsabilidade do caso para a Secretaria de Segurança do Distrito Federal. Ele evitou comentar sobre a atuação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), órgão de informações vinculado ao GSI, que monitora esses grupos, segundo auxiliares do governo.
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Segurança
Questionado se o sistema de segurança nos protestos continuará focado apenas na estratégia de jogar bombas de gás nas multidões em geral, ele respondeu que a "polícia jogar bomba em manifestantes é uma visão um tanto quanto unilateral do problema e uma consequência que não faz parte da nossa discussão".
O ministro afirmou ainda que o governo não pode conversar com "criminosos". "Eu não chamo de grupos radicais, eu chamo de vândalos, criminosos. É um pouco diferente de grupos radicais. Os radicais, considerado o português apropriado, são pessoas com quem se pode conversar. (os criminosos) Não são pessoas com quem se possa conversar, são posições criminosas", afirmou Etchegoyen
As definições de manifestantes apresentadas pelo ministro foram motivadas por uma pergunta que classificou os black blocs como "grupos radicais". Em seguida, ele evitou falar sobre as denúncias de uso de armas de fogo pela PM do Distrito Federal.
Marcada para abordar a questão da crise da segurança pública no Rio de Janeiro, a entrevista de Etchegoyen contou ainda com os ministros Osmar Serraglio (Justiça), Raul Jungmann (Defesa) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo).
Osmar Serraglio também evitou responder sobre a atuação da polícia. Ele disse que o Ministério da Justiça pediu investigação da Polícia Federal em relação à responsabilização dos "vândalos" nas manifestações. O ministro ainda foi questionado sobre o massacre de dez sem-terra, no último dia 24, no Pará e também só comentou que está acompanhando "com a presença da PF".