Renan Calheiros (PMDB-AL) deixou a reunião do PMDB como líder. Ameaçado de destituição, o peemedebista anunciou que a bancada vai apoiar o presidente Michel Temer e a reforma trabalhista, que está em tramitação no Senado. Entretanto, ele fez questão de esclarecer que a posição não é unânime.
Além disso, como líder, Renan deve se abster de falar pela bancada toda vez que sua posição divergir da maioria. "A bancada do PMDB definiu posição majoritária a favor da reforma trabalhista. Mas maioria não foi unanimidade. A bancada vai se reunir sempre que houver questão conflituosa e, tendo divergência, algum senador pode fazer o encaminhamento representando a posição majoritária", alegou.
Na prática, Renan vai se abster de falar pela bancada ou encaminhar votações sempre que a posição da maioria do PMDB for contrária a sua posição pessoal. De acordo com outros peemedebistas, foi ele mesmo quem propôs essa saída como alternativa à deixar a liderança.
Leia Também
No primeiro teste como líder após a reunião, Renan evitou dizer com todas as letras que é contrário ao governo, mas fez ponderações. "Eu sou favorável às reformas, mas acho que na medida que foram enviadas para o Congresso, elas são exageradas", disse. "Mas o que importa é que a maioria decidiu por apoiar o projeto", completou.
Divergências
As disputas internas ainda não parecem totalmente resolvidas. Ao fim da reunião, Renan e o presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), deram versões diferentes sobre o apoio da bancada ao presidente Michel Temer. Líder do governo, Jucá, que comandou o movimento contrário a Renan, quis destacar a decisão de apoio à reforma trabalhista e ao presidente. "A bancada tomou duas decisões hoje. Foi aprovado por ampla maioria o apoio do PMDB ao relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) na reforma trabalhista. E também foi aprovado por ampla maioria o apoio incondicional da bancada ao presidente Michel Temer", afirmou.
Renan, por outro lado, minimizou essa decisão. "Senadores expressaram apoio incondicional ao presidente Michel Temer, mas não foi unanimidade. E não houve decisão sobre isso, porque as opiniões não foram aferidas uma a uma, não foi uma votação", alegou.