JULGAMENTO

Herman: Marcelo Odebrecht não herdou empresa, herdou cultura de propina

No quarto dia do julgamento, Herman Benjamin iniciou lendo o seu voto e defendendo relação escusa entre chapa e empreiteira

Da editoria de Política
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Publicado em 09/06/2017 às 10:52
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No quarto dia do julgamento, Herman Benjamin iniciou lendo o seu voto e defendendo relação escusa entre chapa e empreiteira - FOTO: Foto: TSE/Divulgação
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No quarto dia de julgamento, o ministro Herman Benjamin, relator do processo que pode resultar na cassação da chapa Dilma-Temer, relembrou o depoimento do empreiteiro Marcelo Odebrecht, que afirmou que a 'conta-poupança' para o PT tinha R$ 150 milhões. Durante sua argumentação, Herman disparou que Marcelo Odebrecht não herdou uma empresa, mas uma cultura de propina. "E sofisticou essa cultura", disse.

No seu voto, Benjamin também afirmou que Fernando Migliaccio, que operava pagamentos da empreiteira fora do Brasil por meio de offshores, "era uma espécie de gênio financeiro" do sistema de pagamento de propinas. Os dois hoje são delatores da Operação Lava Jato.

Segundo Herman, o volume de recursos era tão grande que nem o dono da empreiteira sabia quanto dinheiro estava sendo utilizado nos repasses ligados ao PT.

MURALHA DA CHINA

O relator diz que o pagamento de propina, feito em parte fora do país, estava protegido por uma "muralha da China".

Também cita em seu voto troca de e-mails entre os ex-executivos da empresa sobre as contas de propina apelidadas de "Italiano" e "Pós-Italiano", que, segundo os delatores, faziam referência aos ex-ministros da Fazenda Antonio Palocci e Guido Mantega.

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