No quarto dia de julgamento, o ministro Herman Benjamin, relator do processo que pode resultar na cassação da chapa Dilma-Temer, relembrou o depoimento do empreiteiro Marcelo Odebrecht, que afirmou que a 'conta-poupança' para o PT tinha R$ 150 milhões. Durante sua argumentação, Herman disparou que Marcelo Odebrecht não herdou uma empresa, mas uma cultura de propina. "E sofisticou essa cultura", disse.
Leia Também
- Assista ao vivo o quarto dia do julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE
- No TSE, relator aponta 'triangulação de pagamentos que viola a lei'
- Interlocutores de Temer comemoram sinalização do TSE sobre delações
- Temer assiste ao julgamento do TSE enquanto recebe ministros
- Manifestante se amarra à placa do TSE e pede saída de Temer
No seu voto, Benjamin também afirmou que Fernando Migliaccio, que operava pagamentos da empreiteira fora do Brasil por meio de offshores, "era uma espécie de gênio financeiro" do sistema de pagamento de propinas. Os dois hoje são delatores da Operação Lava Jato.
Segundo Herman, o volume de recursos era tão grande que nem o dono da empreiteira sabia quanto dinheiro estava sendo utilizado nos repasses ligados ao PT.
MURALHA DA CHINA
O relator diz que o pagamento de propina, feito em parte fora do país, estava protegido por uma "muralha da China".
Também cita em seu voto troca de e-mails entre os ex-executivos da empresa sobre as contas de propina apelidadas de "Italiano" e "Pós-Italiano", que, segundo os delatores, faziam referência aos ex-ministros da Fazenda Antonio Palocci e Guido Mantega.