Crítica

Temer sufoca a PF, afirma procurador após suspensão de passaportes

Carlos Fernando dos Santos, um dos responsáveis pela Lava Jato, afirmou que Temer tem interesse em desacelerar as investigações sobre corrupção

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Publicado em 28/06/2017 às 10:25
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Carlos Fernando dos Santos, um dos responsáveis pela Lava Jato, afirmou que Temer tem interesse em desacelerar as investigações sobre corrupção - FOTO: Divulgação
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O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos responsáveis pela Operação Lava Jato no Paraná, criticou o governo de Michel Temer, um dia após a suspensão pela Polícia Federal da emissão de passaportes. Lima criticou, ainda, a redução da equipe responsável pela operação e sugeriu que isso pudesse prejudicar as investigações pelo País. 

"O governo Temer sufoca a Polícia Federal. Nem dinheiro para a emissão de um documento necessário como o passaporte", escreveu o procurador em sua página no Facebook. "Imagine como está a continuidade das diversas investigações pelo País." Segundo Lima, na operação Lava Jato "a equipe da polícia foi significativamente reduzida". O procurador ainda questionou: "A quem isso interessa?" 

A Polícia Federal informou nessa terça-feira, 27, que está suspensa a confecção de novas cadernetas de passaportes solicitadas a partir de então, devido à insuficiência de orçamento. "A medida decorre da insuficiência do orçamento destinado às atividades de controle migratório e emissão de documentos de viagem", informou a PF, que disse, ainda, que o agendamento online do serviço e o atendimento nos postos da instituição continuarão funcionando normalmente. 

Não há, porém, previsão para entrega do passaporte, enquanto não for normalizada a situação orçamentária. Quem tiver sido atendido antes do dia 27 receberá o passaporte normalmente. 

Na última segunda-feira, 26, a PF concluiu que Temer cometeu o crime de obstrução de investigação de organização criminosa em relatório encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), no qual também vê a mesma conduta criminosa do ex-ministro do governo Temer Geddel Vieira Lima e do empresário e delator Joesley Batista. 

A atribuição de conduta criminosa a Temer se dá, na visão da PF, "por embaraçar investigação de infração penal praticada por organização criminosa, na medida em que incentivou a manutenção de pagamentos ilegítimos a Eduardo Cunha (deputado cassado preso), pelo empresário Joesley Batista, ao tempo em que deixou de comunicar autoridades competentes de suposta corrupção de membros da Magistratura Federal e do Ministério Público Federal que lhe fora narrada pela mesmo empresário".

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