Câmara dos Deputados

Fernando Filho é contra troca do PSB na CCJ para encurralar Temer

Ministro de Minas e Energia reforça apoio ao governo federal

Franco Benites
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Franco Benites
Publicado em 03/07/2017 às 14:49
Tomaz Silva/Agência Brasil
Ministro de Minas e Energia reforça apoio ao governo federal - FOTO: Tomaz Silva/Agência Brasil
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Um dos defensores do governo Michel Temer (PMDB), o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB), disse que o seu partido não deve alterar a lista de integrantes que possui na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Os socialistas contam com quatro representantes na CCJ e há uma movimentação da Executiva nacional da legenda para que os dois deputados pró-Temer - Danilo Forte (CE) e Fabio Garcia (MT) - abram espaço para parlamentares de oposição ao governo federal

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A medida seria uma forma do PSB garantir que seus quatro representantes na CCJ votem pela aceitação da denúncia contra Temer que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou à Câmara Federal. Atualmente, garantem o voto para a denúncia ser acolhida os deputados socialistas Julio Delgado (MG) e Tadeu Alencar (PE). Caso Danilo Forte e Fabio Garcia saiam, entrariam Hugo (RJ) e Danilo Cabral (PE), que querem ver o peemedebista longe da presidência da República.

Independente do parecer na CCJ, a denúncia será votada em plenário. No entanto, a pressão pela mudança de integrantes é para que o PSB não fique marcado como um partido que teve filiados agindo em defesa do presidente da República.

“Fui líder por dois anos e vou dar um exemplo. Na questão da maioridade penal, a bancada estava dividida meio a meio e nem por isso nós mudamos os integrantes. Temos ‘um meio a meio’ de novo. Sempre foi uma tradição do PSB de respeitar a decisão dos parlamentares. Vou lamentar (se houver a mudança) porque isso vai ser algo inédito”, disse, antes de um evento no Grupo de Líderes Empresariais de Pernambuco (Lide-PE) nesta segunda-feira (3).

Além das divergências em relação ao governo Temer, o PSB também está dividido devido às eleições internas de outubro que resultarão na escolha do novo presidente nacional do partido. Carlos Siqueira, atual comandante da sigla, defende que os socialistas fiquem na oposição ao peemedebista. Já o vice-governador de São Paulo, Márcio França, concorre ao posto e é mais ligado a Temer e ao PSDB.

Márcio França tem o apoio de Fernando Filho e do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), pai do ministro de Minas e Energia. “Para mim, a candidatura de Márcio França está posta. Ele tem reiterado que é candidato e não tem feito segredo disso para ninguém”, afirmou o ministro.

Também presente ao evento do Lide, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), afirmou que o partido chegará unido à eleição de outubro.

Um dos caminhos apontados nos bastidores para essa união é o governador Paulo Câmara (PSB) abrir mão da primeira vice-presidência para que Carlos Siqueira fique nesse posto e Márcio França se torne o presidente em uma chapa única.

Nesta segunda-feira, Paulo Câmara afirmou que fará o que for possível para a unidade do partido, mas não se comprometeu em abrir mão da primeira vice-presidência.

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