POLÊMICA

''Não veria problema de Moro receber o presidente Lula'', diz Gilmar Mendes

Ministro do Supremo e presidente do TSE, ele explicou o porquê do encontro com Temer fora da agenda

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Publicado em 04/07/2017 às 8:55
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Ministro do Supremo e presidente do TSE, ele explicou o porquê do encontro com Temer fora da agenda - FOTO: Diego Nigro / JC Imagem
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Ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes revelou em entrevista qual o assunto do encontro entre ele e Michel Temer, fora da agenda oficial, na noite da terça-feira (27). "Absolutamente normal", disse; alegando que "também não veria nenhum problema de o juiz Moro receber o presidente Lula ou José Dirceu", disse.

Mendes é ministro do STF, corte que poderá julgar o presidente Michel Temer, com base na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República. Ao jornal o O Globo, o ministro garantiu que na reunião foi tratado o assunto 'reforma política' sob a condição dele estar atuando como presidente do TSE.

"A mim me parece que há um certo estresse, um certo nervosismo por parte da própria mídia, e a invenção de um certo protocolo que ela mesmo não segue. Nós recebemos vocês (jornalistas) a toda hora e falamos com vocês independentemente do horário. Então aí me parece que isso é impróprio. E um jogo de jogar suspeita, suspicácia sobre as pessoas (...) Eu sou presidente do TSE e tenho que falar, por exemplo, sobre eleições. Agora mesmo realizaríamos as eleições no Amazonas. Precisamos de um crédito adicional de R$ 18 milhões para isso. Com quem eu converso? O presidente não deixa de ser presidente pelo fato de ter uma denúncia oferecida", completou.

Comparação

Questionado sobre o que acharia de uma reunião entre Sérgio Moro e Lula, respectivamente juiz e réu, o ministro afirmou se tratar de algo sem 'nenhum problema'."Na verdade, essa comparação é absolutamente imprópria. Nós estamos discutindo aqui, desde o primeiro dia na minha gestão na presidência (do TSE), a reforma política. E temos conversado com todos os atores. Eu não estou aqui pedindo certidão negativa de ninguém, nem posso. Estamos discutindo questões que precisam ser encaminhadas. E cada vez mais o tempo urge, nós estamos aí com a possibilidade da anualidade, precisa ser deliberado até setembro (para a reforma política valer já na próxima eleição, em 2018). Agora, também não veria nenhum problema de o juiz Moro receber o presidente Lula ou José Dirceu", apontou.

 

 

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