"Meu voto, eu não vendo. Não troco por emendas, por cargo", foi o que esclareceu o deputado delegado Waldir (PR-GO), membro da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados trocado pelo governo, classificado por ele como "organização criminosa", durante a leitura do relatório do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) pedindo a continuidade do inquérito contra o presidente Michel Temer, nesta segunda-feira (10).
Em vídeo, publicado nas redes sociais, o parlamentar teceu uma série de críticas ao governo. "Eu soube pela imprensa que levei um chute no traseiro. O governo, numa interferência do executivo no legislativo, de forma covarde, desrespeitou os votos que os eleitores de Goiás deram para mim. Ao chegar em Brasília, tomei conhecimento que tive o pescoço cortado. Não é a primeira vez que esse governo corrupto, essa organização criminosa que está no poder me tira de comissões (...) pela terceira vez sou tirado porque meu voto eu não vendo, não troco por emenda, por cargos", esclareceu.
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Votação e trocas
Waldir declarou que, na votação prevista para esta sexta-feira (14), votaria pela aceitação da denúncia de corrupção passiva contra Temer.
Além do parlamentar de Goiás, outros 8 parlamentares foram trocados da comissão. José Fogaça (PMDB-RS) deu lugar a Carlos Marun (PMDB-MS); Expedito Netto (PSD-RO) foi trocado por Evandro Roman (PSD-PR); da legenda de Waldir, além dele foram trocados Marcelo Delaroli (PR-RJ), Jorginho Mello (PR-SC) e Paulo Freire (PR-SP) por Magda Mofatto (PR-GO), Bilac Pinto (PR-MG), Laerte Bessa (PR-DF) e Milton Monti (PR-SP); Major Olimpio ( SD-SP) foi trocado por Laércio Oliveira (SD-SE); enquanto Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) cedeu espaço para Nelson Marquezelli (PTB-SP).