Sucessor de Temer caso o afastamento do presidente seja concretizado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) dedicou o último domingo para reuniões privadas com parlamentares da base aliada ao governo. Nas articulações, o presidente da Câmara já vislumbra um cenário onde a queda de Temer é tida como irremediável e teria, segundo um dos deputados presentes no encontro, já traçado este diagnóstico político ao presidente.
Na visão de Maia, segundo o interlocutor, Temer até suportaria a votação no Plenário da primeira denúncia formulada pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot. Mas, a chegada da segunda acusação seria o motivo da derrocada do presidente.
Num primeiro momento, os parlamentares da base aliada se esforçariam para defender Temer, mas em uma segunda ocasião a situação ficaria "mais difícil", segundo avaliação de Rodrigo Maia.
Queixa
Na reunião, o presidente da Câmara teria ainda reclamado de aliados do presidente, que colocam em dúvida sua lealdade após relatos que apontam encontros de Maia com articuladores da era pós-Temer.
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Antes da reunião, Maia teria conversado por uma hora com Temer e na sequência foi se encontrar com o vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet.
Segundo informações da Folha, cinco políticos marcaram presença no encontro, ocorrido na casa de Tonet. Dentre eles o ministro pernambucano Fernando Bezerra Coelho (Minas e Energia), os deputados Benito Gama (PTB-BA) e Heráclito Fortes (PSB-PI).
Em reunião no final do dia, dessa vez em sua casa, Maia convidou os ministros Antonio Imbassahy e Moreira Franco, os deputados Heráclito, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e André Moura (PSC-SE), líderes do governo na Câmara e no Congresso, respectivamente.
Os relatos dos presentes indicaram que a relação entre Rodrigo Maia e o Palácio do Planalto não anda boa, assim como o clima para Temer.