O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai reunir ainda nesta quinta-feira (13) os líderes da Casa para definir a data da votação da denúncia apresentada contra o presidente Michel Temer. Segundo ele, se houver consenso, a votação poderá acontecer na segunda-feira (17). Caso contrário, ela seria agendada somente para a primeira semana de agosto.
"Espero que a gente consiga organizar a data de segunda para a votação, se tiver o apoio da maioria dos líderes, a gente marca a votação para segunda-feira. Se não tiver apoio da maioria dos líderes, nós deixamos votação para depois do recesso, na primeira semana de agosto", disse.
Leia Também
Maia também voltou a afirmar que só abrirá a votação após 342 deputados marcarem presença no plenário, para evitar que o caso seja contestado no Supremo Tribunal Federal (STF).
"Não adianta atender o quórum de alguns e no dia seguinte uma ação do Supremo derrubar a votação. A gente pode começar a discussão com qualquer quórum, mas a gente só pode começar a votação com 342", afirmou.
Nos últimos dias, Maia tem sido pressionado para mudar essa exigência e dar início à votação com um quórum menor, de 257 deputados. Diante da intransigência do presidente da Câmara, que sustenta a sua decisão com base em pareces técnicos da secretaria-geral da Mesa Diretora, a base aliada já começou a admitir que a votação poderia acontecer somente em agosto.
Pelo cronograma idealizado pelo Palácio do Planalto, a votação ocorreria já nesta sexta-feira (14). A pressa do governo é para evitar que novos fatos mudem o humor da Câmara, já que hoje a tendência é pela derrubada da denúncia.
Apesar disso, o governo não tem hoje o número regimental de 342 deputados exigido para dar início à votação. Para isso, precisaria que os deputados da oposição também comparecessem à sessão, mas eles já anunciaram que vão obstruir a votação.
Diante do revés, líderes da base passaram a minimizar o fato de a votação ficar para agosto. Segundo o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), enquanto a denúncia não é votada, Temer continua no Planalto. "Quem tem que dar quórum é quem quer tirar o presidente", disse.