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Janot: MPF não tem pressa para apresentar nova denúncia contra Temer

Trocas feitas pelo governo na CCJ foram classificadas como "parte do jogo político" pelo procurador

JC Online
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Publicado em 17/07/2017 às 13:39
Foto: José Cruz / Agência Brasil
Trocas feitas pelo governo na CCJ foram classificadas como "parte do jogo político" pelo procurador - FOTO: Foto: José Cruz / Agência Brasil
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Em Washington, durante evento promovido pelo Wilson Center, sobre o combate à corrupção, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que o Ministério Público Federal (MPF) não tem pressa para apresentar uma segunda denúncia contra o presidente Michel Temer. Alvo de uma ação por corrupção passiva, Temer sonda parlamentares para votação, marcada para o dia 2 de agosto no plenário da Câmara, sobre continuidade do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).

"Na cabeça do Ministério Público Federal, as coisas não se passam assim. Para nós é importante que apuremos os fatos, se eles forem realmente ilícitos devemos iniciar o processo penal (...) a investigação que ainda está em curso pode gerar uma arquivamento, se não for mostrado indícios suficientes de provas", afirmou Janot sobre a apresentação de denúncias.

Sobre o fim do mandato como PGR, Janot foi categórico sobre não temer o adiamento de novos processos envolvendo o presidente. "O Ministério Público Federal brasileiro não tem pressa e nem retarda denúncia, o que depende é a investigação", pontuou.

Rodrigo Janot deixa a PGR no próximo dia 15 de setembro, quem assume é Raquel Dodge, que foi sabatinada no Senado na semana passada e aprovada por 74 votos a favor e apenas 1 contra. Primeira mulher a assumir a Procuradoria, Dodge disse que dará condições para continuidade da Lava Jato.

Denúncia contra Temer

Alvo de ação por corrupção passiva, espera-se que Temer ainda venha a ser alvo de outras duas denúncia por Obstrução à justiça e formação criminosa. A Câmara dos Deputados confirmou que votará a continuidade do inquérito no STF só depois do recesso parlamentar, no dia 2 de agosto.

Com relatório contra a denúncia aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Temer articulou a troca de parlamentares que fossem contra ele na comissão. O fato, apontado por opositores como obstrução à justiça, foi encarado por Janot como 'parte do jogo político'. "É prematuro dizer (obstrução de justiça). Faz parte do jogo político. Não posso dizer agora que houve predestinação do interesse público".

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