Faltando poucos dias para a votação do parecer pelo arquivamento da denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados, os aliados do governo intensificam as articulações para conseguir o maior número de votos pelo arquivamento da denúncia. Hoje, o vice-líder do governo, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), disse que o deputado da base governista que votar contra o presidente Temer estará fora da base.
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“Quem não votar a favor do presidente Temer estará fora da base do governo. O deputado tem que decidir se é governo ou não é governo. [Se] Acredita no novo Brasil ou não acredita”, disse Perondi ao afirmar que não espaço para dúvidas. “Estamos numa guerra ideológica e numa guerra de política econômica. Uma fracassada e outra que está recuperando o país, e quem está vacilando tem que decidir logo de que lado vai ficar”, alertou Perondi.
De acordo com o Perondi, os parlamentares que votarem contra o presidente Temer estarão se posicionando contra as propostas “reformistas” do governo e “contra o Brasil”. O peemedebista disse que os deputados da base que votarem contra a orientação dos seus partidos devem sair das legendas ou então “devem ser saídos”. Ele quer fidelidade dos deputados às orientações partidárias.
Em tom de ameaça, o vice-líder disse que aliados que votarem contra Temer perderão cargos. "Tem um deputado de um estado aí que indicou todos os técnicos do Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes] e está dizendo que vai votar contra [o presidente]. Se ele mantiver a posição, no outro dia perderá todos os cargos, igualmente a outros deputados em situação semelhante", sentenciou Perondi.
Apreciação da denúncia
A apreciação da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer está prevista para o próximo dia 2, no plenário da Câmara dos Deputados. Na ocasião, será colocado em votação o parecer do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) contrário à autorização para que o Supremo Tribunal Federal (STF) investigue o presidente Temer. O parecer foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça por 41 votos a 24.
Para que a Câmara autorize o STF a investigar o presidente da República, são necessários dois terços dos votos dos 513 deputados, ou seja, no mínimo 342 votos. Caberá aos partidos de oposição e aos deputados que querem aprovar a autorização para a investigação conseguirem, no mínimo, os 342 votos para rejeitar o parecer de Abi-Ackel, e autorizar a investigação. Do contrário, o presidente não será investigado pelo STF.