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Janot pede manutenção da prisão de Cunha por capacidade de influenciar ''asseclas'' no Congresso

Procurador-geral da República enviou ao STF parecer contrário ao pedido da defesa do ex-deputado

Lucas Moraes
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Lucas Moraes
Publicado em 26/07/2017 às 13:02
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Procurador-geral da República enviou ao STF parecer contrário ao pedido da defesa do ex-deputado - FOTO: Foto: Agência Brasil
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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer no qual pede a manutenção da prisão preventiva do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, no âmbito da Lava Jato. Os advogados do ex-deputado alegaram que as investigações se referem à época em que Cunha tinha poder como deputado federal e que as últimas acusações se referem a fatos ocorridos há, no mínimo, dois anos, mas para Janot o potencial delituoso, hoje, está concentrado mais na capacidade de (Cunha) influenciar seus asseclas (correligionários)" no Congresso.

No documento, Janot frisa que "já estava consignado no decreto prisional originário que Eduardo Cunha, costumeiramente, valia-se de terceiros, sua "tropa de choque", para obstruir o funcionamento de órgãos da Câmara dos Deputados".

O PGR também alega que "ao contrário do que sugere o recorrente, as peças contêm substrato fático e jurídico suficientes a ensejar a decretação da prisão preventiva contestada, sobretudo diante da gravidade concreta dos crimes praticados, do prejuízo causado aos cofres públicos e da habitualidade da conduta criminosa".

Eduardo Cunha foi preso em outubro do ano passado no âmbito da Lava Jato. A defesa do ex-deputado peemedebista já solicitou a libertação dele ao TRF4, TRF1, ao STF e ao ministro Edson Fachin, mas todos negaram. Cunha está preso em Curitiba e negocia um acordo de delação premiada com o MPF.

Investigação

A PGR pede que o caso agora seja levado para decisão do plenário do STF, já que o ministro relator da Lava Jato Edson Fachin já negou libertação de Cunha. Os 11 ministros deverão decidir, antes do julgamento final sobre o envolvimento de Cunha com o operador do PMDB João Augusto Henriques em pagamento ilegais por meio da offshore Acona International Investments no Banco Suíço BSI. Os valores saíram da compra, pela Petrobras, de 50% dos direitos de exploração do campo em Benin, no valor de US$ 34,5 milhões.

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