O juiz da Lava Jato em Curitiba, Sérgio Moro, aceitou, nesta sexta-feira (28), o pedido dos advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prestar depoimento, no caso da compra de terrenos para o Instituto Lula, de forma presencial em Curitiba. Alegando gastos desnecessários, Moro havia pedido que o petista falasse via videoconferência, a defesa não aceitou e enviou uma petição ao juiz da 1ª instância.
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Lula será ouvido por Moro no próximo dia 13 de setembro. Na sede da Justiça Federal de Curitiba. Na vez em que foi a Curitiba para outro interrogatório, no caso triplex, Lula moveu ações policiais e de segurança para conter manifestantes e garantir a segurança do local, que foi tomado por partidários e pessoas contrárias ao petista.
Para a defesa, "o interrogatório por videoconferência somente é excepcional, apenas admitido na hipótese de réu preso", o que não está presente no caso de Lula. Os advogados também queriam fazer uma gravação independente dos áudios e das imagens do depoimento.
Lula falará na segunda ação movida pela força-tarefa de Curitiba, na qual é acusado de ter recebido vantagens indevidas da Odebrecht na forma de um prédio para abrigar o Instituto Lula, no valor de R$ 12 milhões, e uma cobertura vizinha ao apartamento onde mora em São Bernardo do Campo.
O processo dispõe sobre a compra de um terreno para seu instituto, em São Paulo, e de um apartamento vizinho ao imóvel onde ele reside, em São Bernardo do Campo, no interior paulista. Os dois negócios estariam ligados ao pagamento de propina pela Odebrecht. A área que sediaria a fundação do ex-presidente foi adquirida em novembro de 2010 pela DAG Construtora, que pertence a um empresário ligado a Marcelo Odebrecht. Segundo a Polícia Federal, a empreiteira estaria ligada à compra.
Marcelo Bahia Odebrecht vai prestar depoimento no dia 4 de setembro, mesma data reservada a Demerval de Souza Gusmão Filho, da DAG Construções. No dia 6 de setembro, serão ouvidos Antônio Palocci Filho, Roberto Teixeira e Glaucos da Costa Marques. Palocci e Ricardo Teixeira teriam participado da negociação do imóvel para o Instituto Lula.
Condenação
No último dia 12 de julho, o ex-presidente foi condenado a 9 anos e seis meses de prisão no caso triplex, que envolve repasses ilegais por meio da empreiteira OAS. Mesmo condenado, foi permitido ao petista que recorra da decisão em liberdade.
Ao decidir pelo depoimento de Lula via videoconferência, Moro alegou que o primeiro interrogatório de Lula, no caso triplex, envolveu gastos necessários, mas indesejáveis, com medidas de segurança.