O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o filho dele, Luis Cláudio Lula da Silva, arrolaram 81 pessoas como testemunhas de defesa na ação que apura suposto esquema de tráfico de influência do petista para viabilizar medidas provisórias e a aquisição de caças pelo Governo Federal. Entre os depoentes, além de políticos do Brasil e do Exterior, está o técnico do Sport Club do Recife, Vanderlei Luxemburgo, convocado pelo filho de Lula.
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A denúncia aponta a atuação de Lula junto aos lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni no processo da compra de 36 caças do modelo Gripen pelo governo brasileiro e na prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627.
A oitiva de todas as testemunhas foi autorizada pelo desembargador Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), ao analisar um recurso da defesa de Lula contra decisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal, em Brasília. O magistrado havia limitado o número de depoentes a 32, mas a defesa conseguiu aumentar o número para 81.
Lula arrolou ao processo os ministros Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores), Blairo Maggi (Agricultura) e Dyogo Oliveira (Planejamento), além do vice-governador do Rio, Francisco Dornelles, 16 congressistas e políticos do exterior, além de François Hollande e Nicolas Sarkozy, ex-mandatário franceses.
Luxemburgo foi uma das testemunhas convocadas pelo filho de Lula, que também é réu no processo. A defesa não especificou o motivo específico para a convocação de cada testemunha e pode, ao longo das oitivas, excluir algumas.
Com a ampliação do número de testemunhas, o processo deve se arrastar por meses além do previsto.
Investigação
Condenado no caso triplex, na Lava Jato, Lula e o filho são rés por “negociações irregulares que levaram à compra de 36 caças Gripen e à prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio da Medida Provisória 627”, caso denunciado na Operação Zelotes. O casal de lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni também teriam participado das irregularidades.