Atingido pelas delações da JBS, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) anunciou na tarde desta quinta-feira (3) que vai continuar como presidente licenciado do PSDB até o fim do ano. Mas afirmou que está passando o comando do partido, de fato, ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Em reunião na manhã de hoje, eles definiram um calendário para a nova eleição da Executiva nacional, quando escolherão o próximo presidente tucano e o candidato do PSDB à Presidência da República em 2018.
"Fiz apelo a Tasso para que continue como presidente do PSDB. O senador Tasso hoje é quem tem as melhores condições de conduzir a renovação do PSDB. Até dezembro, faremos uma convenção para decidir um nome do PSDB à Presidência", explicou Aécio Neves. Tasso Jereissati também falou à imprensa e confirmou que vai ficar no comando interino no partido. O senador cearense procurou enfatizar, no entanto, que vai "conduzir" a legenda.
Em seguida, Tasso tentou negar que os dois tucanos tivessem atuado nos bastidores para influenciar a bancada do PSDB na Câmara, durante a votação da denúncia contra o presidente Michel Temer. A reportagem do Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou ontem que tanto Aécio como Tasso procuraram garantir maioria para os seus respectivos lados Isso porque, enquanto o mineiro defende a manutenção da aliança com o Palácio do Planalto, o senador cearense é a favor do desembarque da base aliada.
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"Não impusemos nada a ninguém, cada um vota como quiser", afirmou o senador. Jereissati procurou ainda minimizar os quatro cargos em ministérios que o PSDB possui no governo. "Se tem ministro ou não tem ministro do PSDB, é problema do presidente da República. Se quiser tirar todos os ministros do partido, é problema dele".
Tanto Tasso como Aécio evitaram falar nas denúncias contra o senador mineiro, feitas pela Procuradoria-Geral da República. "Aécio tem direito e está fazendo brilhantemente sua defesa", acrescentou Tasso.