O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, reagiu à declarações do presidente em exercício do PSDB, Tasso Jereissati, que acusou o governo de ter aumentado a meta fiscal para R$ 159 bilhões para deixar "uma folguinha" para poder liberar emendas para aliados. "Não há folga. Nós estamos trabalhando no limite. Foram vários dias vendo quais os cortes que poderíamos fazer nas despesas e com quais as receitas extraordinárias poderíamos contar", desabafou o ministro, em entrevista, ao final de cerimônia no Planalto.
Padilha lembrou ainda que o debate sobre qual seria a nova meta a ser fixada "durou mais de uma semana" e "permeou todo o trabalho da equipe econômica juntamente com o presidente (Michel Temer)". "Portanto, não tem folga não. Nós estamos a ajustar."
Na entrevista, Padilha disse esperar que a reforma da Previdência, na Câmara, seja votada até a primeira quinzena de outubro para, depois, seguir para o Senado. Ressalvou, no entanto, que quem define a pauta de votação no Congresso são os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício de Oliveira. "Estamos trabalhando com a hipótese de termos ela aprovada ainda na primeira quinzena de outubro na Câmara e, depois, mandarmos pro Senado", declarou.
Questionado sobre a demissão de aliados que votaram contra o presidente Michel Temer, no processo que o procurador Geral da República queria abrir contra ele, para afastá-lo do cargo, Eliseu Padilha minimizou dizendo que "nós não estamos falando em traidores", e avisou que o governo está estudando "caso a caso".
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Denúncia contra Temer
O ministro não falou, mas a preocupação do Planalto é que houve ministros que votaram a favor da abertura de investigação contra Temer, mas que são a favor das reformas, como a da Previdência, e o governo não pode perder estes votos. Por isso, a decisão de avaliar caso a caso em relação aos infiéis.
"Nós estamos vendo caso a caso porque sempre há uma explicação e o presidente Temer faz questão de ele, pessoalmente, orientar o ministro Imbassahy (da Secretaria de Governo), que é o ministro que cuida do setor, para que a gente tenha justiça", comentou Padilha. Para ele, "não há nenhum interesse nisso e nós precisamos contar com a nossa base para as reformas que ainda estão por vir por aí pela frente".