A filha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) resgatou seus passaportes. Após autorização do juiz federal Sérgio Moro, o advogado retirou os documentos brasileiro e italiano de Danielle Dytz da Cunha Doctorovich, investigada na operação Lava Jato.
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Os passaportes estavam retidos na 13ª Vara Federal de Curitiba. Em 17 de julho, a filha de Cunha pediu a Moro a devolução de seus documentos para ir ao exterior. O Ministério Público Federal não se opôs.
Em 24 de agosto, o magistrado autorizou. "Considerando-se que a entrega do passaporte foi espontânea e que não vigem medidas cautelares contra a requerente, autorizo a devolução de seus passaportes, brasileiro e italiano, mediante termo."
Seis dias depois, a defesa da filha de Cunha assinou uma certidão para a devolução dos documentos.
A investigação contra a filha do ex-presidente da Câmara foi desmembrada de um inquérito que corria no Supremo Tribunal Federal (STF) por ordem do então ministro Teori Zavascki em 11 de março de 2016, "a fim de que fosse dado prosseguimento a investigação de condutas atribuídas à peticionária e à sua madrasta, Cláudia Cordeiro Cruz".
Cláudia Cruz, a madrasta, foi denunciada pelo Ministério Público Federal pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas, mas acabou absolvida por Moro.
O magistrado apontou "falta de prova suficiente de que (Cláudia) agiu com dolo" ao manter conta na Suíça com mais de US$ 1 milhão, dinheiro supostamente oriundo de propina recebida pelo marido.
Eduardo Cunha está preso desde outubro de 2016 e já condenado por Moro a 15 anos e quatro meses de reclusão por crimes de corrupção, de lavagem e de evasão fraudulenta de divisas.