Após os advogados do ex-ministro Antonio Palocci confirmarem a versão do depoimento prestado por ele, nesta quarta-feira (6), no âmbito da ação que investiga a compra de terreno para a construção da sede do Instituto Lula, a defesa do ex-presidente Lula condenou as acusações de Palocci contra o petista, que teria avalizado o recebimento de R$ 300 milhões em propina pagas pela Odebrecht.
Palocci compareceu ato pronto para emitir frases de efeito como "pacto de sangue", esta última anotada em papéis por ele usados na audiência
— Cristiano Z. Martins (@czmartins) 6 de setembro de 2017
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Para Cristiano Zanin Martins, "como Léo Pinheiro e Delcídio, Palocci repete papel de validar, sem provas, as acusações do MP para obter redução de pena. Palocci compareceu ao ato pronto para emitir frases de efeito como "pacto de sangue", esta última anotada em papéis por ele usados na audiência. Após cumprirem este papel, delações informais de Delcídio e Léo Pinheiro foram desacreditadas, inclusive pelo MP", declarou.
Em depoimento, Palocci disse que Lula avalizou um "pacto de sangue" no qual a Odebrecht se comprometeu a pagar R$ 300 milhões em propinas ao PT entre o final do governo Lula e os primeiros anos do governo Dilma, segundo seus advogados.
Instituto Lula
O ex-ministro foi ouvido na ação em que Lula é acusado de ter recebido, da Odebrecht, um terreno de R$ 12,4 milhões destinado a ser a nova sede do Instituto Lula (negócio que acabou não se concretizando) e um apartamento de R$ 540 mil em São Bernardo do Campo (SP), vizinho ao que o petista mora com a família. Segundo os defensores, Palocci não só confirmou que mediou este arranjo como teve o aval de Lula. O ex-ministro foi preso há quase um ano, em 26 de setembro de 2016, na 35ª fase da Lava Jato. Lula será ouvido por Sérgio Moro na próxima quarta-feira.