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Comissão da reforma política retira do texto permissão para partidos realizarem bingos

Para que projeto da reforma política possa valer nas próximas eleições, projetos têm de ser aprovados até a primeira semana de outubro

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Publicado em 13/09/2017 às 19:36
Agência Brasil
Para que projeto da reforma política possa valer nas próximas eleições, projetos têm de ser aprovados até a primeira semana de outubro - FOTO: Agência Brasil
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A comissão da Câmara que discute reforma política concluiu a votação do projeto de lei e decidiu retirar do texto final a polêmica autorização para que partidos políticos realizassem sorteios, bingos, rifas, loterias e outros eventos para arrecadar dinheiro.

A proposta fazia parte do texto-base aprovado pelo colegiado, mas foi retirado após os deputados fecharem um acordo para evitar novos desgastes.

O projeto aprovado nesta quarta está pronto para ir a plenário e faz parte de um "pacote" de mudanças nas regras do sistema político-eleitoral que está sendo debatido na Câmara e inclui também duas propostas de emendas à Constituição. Para que passem a valer nas eleições de 2018, os projetos têm de ser aprovados até a primeira semana de outubro.

Pelo projeto, fica instituído um teto para doações de campanhas e restrições à divulgação de pesquisas eleitorais.

O texto também prevê uma série de bondades para as legendas. Um dos pontos concede, por exemplo, desconto de 90% nas multas eleitorais devidas por candidatos e legenda. O benefício será concedido desde que o pagamento seja efetuado à vista e num prazo de três meses após o projeto ser sancionado.

Regras de como distribuir recursos do fundo entre partidos também são retiradas

A comissão especial que discute um dos projetos da reforma política na Câmara também retirou nesta quarta-feira (13) as regras de como seriam distribuídos os recursos do fundo eleitoral entre os partidos políticos.

O texto aprovado não traz nenhuma regulação nesse sentido. Essa discussão terá que ser feita quando ocorrer a votação no plenário.

Pela proposta inicial, 2% dos recursos do fundo seriam divididos igualmente entre todos os partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE); 49% seriam repartidos de acordo com o número de deputados eleito pelo partido em 2014; 34% divididos de acordo com o tamanho da bancada na Câmara que o partido tivesse em 10 de agosto de 2017 e 15% dos recursos seriam repartidos entre as legendas de acordo com o número de senadores

Um destaque apresentado pelo Podemos, antigo PTN, também foi rejeitado. A proposta do partido que elegeu apenas 4 deputados em 2014 e hoje tem uma bancada com 17 parlamentares, sugeria que 98% dos recursos do fundo fosse distribuído com base no número de deputados de cada sigla em 1º de janeiro de 2018.

Mais cedo, a comissão também aprovou um destaque determinando que a distribuição dos recursos do fundo eleitoral para os candidatos que disputarem as eleições deve ficar sob a responsabilidade da Executiva de cada partido.

Na prática, a proposta que cria o fundo público para financiamento de campanha ainda precisa ser aprovada no plenário A expectativa é que a emenda à Constituição que trata do tema seja votada ainda nesta quarta pelos deputados. Para ser aprovada, é necessário o voto de 308 dos 513 deputadas.

Relator do projeto que ainda está na comissão, o deputado Vicente Cândido (PT-SP), no entanto, afirmou que o projeto que está sendo discutido é um "plano B" caso a PEC seja rejeitada. O texto abre uma brecha para criar um fundo, via Orçamento, ao registrar a proposta no texto. Por se tratar de um projeto de lei comum, tem uma tramitação mais fácil no plenário, pois precisa do voto da maioria simples dos presentes na sessão.

Além do fundo, o projeto também institui um teto para doações de pessoas físicas e restringiu a divulgação de pesquisas eleitorais. Os deputados continuam discutindo outras mudanças na comissão. Somente após a conclusão dessa etapa, o projeto será apreciado em plenário.

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