Os advogados de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins e Valeska Martins, disseram nesta quarta-feira (13) durante entrevista coletiva que o depoimento do petista nesta quarta-feira (13) ao juiz federal Sérgio Moro serviu para mostrar que a Justiça e o juiz não estão em busca da verdade dos fatos.
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De acordo com a defesa, nem o Ministério Público, nem o juiz Sérgio Moro conseguiram provar que recursos oriundos da Petrobras foram usados para financiar as reformas do tríplex, no Guarujá, e do sítio de Atibaia, supostamente de propriedade do ex-presidente. "Não há prova de que recursos oriundos da Petrobras beneficiaram o ex-presidente Lula", disse Zanin.
Ainda de acordo com os advogados, o depoimento prestado por Lula hoje serviu também para demonstrar que o ex-presidente jamais pediu a propriedade dos imóveis apontados nos processos. "No processo, demonstramos que o Ministério Público não provou a base das denúncias sobre a Petrobras", disse Zanin.
"Afirmações de Palocci na semana passada são mentirosas"
O advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins, disse em entrevista coletiva nesta quarta-feira (13) que as afirmações prestadas pelo ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Antonio Palocci, em depoimento à Justiça na semana passada no âmbito de sua delação premiada, "são mentirosas".
"O presidente Lula mostrou hoje que as palavras de Palocci não têm valor", disse o advogado, para quem Lula, por não estar dando credibilidade à delação do ex-ministro petista, não se abalou com as afirmações de Palocci. "Palocci falou de encontros de Lula dos quais ele não participou. Ele busca sua liberdade e por isso suas palavras não merecem credibilidade", disse o advogado.
Perguntado sobre como recebeu a afirmação do ex-ministro de que Lula teria feito um "pacto de sangue" com os donos da Odebrecht, Zanin disse que a expressão foi uma coisa ensaiada por Palocci para dar repercussão e que ela estava no meio das anotações do ex-ministro. "Se existe um pacto de sangue é entre Palocci e a Operação Lava Jato", ironizou Zanin.
Orientações
O advogado disse ainda que a defesa orientou seu cliente a não responder às perguntas repetidas e estranhas que foram feitas ao petistas pelos procuradores do Ministério Público e pelo juiz Sérgio Moro.
"O presidente estava ali para esclarecer os fatos e não para ficar respondendo perguntas repetidas", disse Zanin ao ser questionado sobre o porque de Lula não ter respondido algumas perguntas e se isso era parte de uma estratégia, de não responder a Moro e tentar levar o processo para a Justiça Federal da quarta região de Porto Alegre.
"O ex-presidente respondeu a todas as perguntas que estavam no processo pelo qual depôs hoje", disse Zanin. Ele falou também que orientou Lula a não responder perguntas sobre temas que não estavam no processo. Zanin também falou que Lula foi orientado a não responder perguntas baseadas em documentos apócrifos, sem origem e adulterados e que pediu à Justiça à autenticidade dos tais documentos.