Atualizada às 18h12
O procurador Geral da República, Rodrigo Janot, denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o presidente Michel Temer e os integrantes do PMDB na Câmara dos Deputados pelos crimes de organização criminosa e obstrução de justiça. Os peemedebistas acusados são, além do presidente, o ex-deputado Eduardo Cunha, os ex-ministros Henrique Alves, Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha, o ministro Chefe da Casa Civil, Moreira Franco e o ex-assessor de Temer, Rodrigo Loures.
O documento, com mais de 200 páginas, é baseado nas delações de executivos da JBS e no depoimento do corretor de valores Lúcio Funaro.
Quanto ao crime de organização criminosa, os membros receberam propina em troca de atividades ilícitas na Petrobras, Furnas, Caixa Econômica, Ministério da Integração Nacional e Câmara dos Deputados.
As imputações dos crimes de obstrução da justiça dizem respeito a pagamentos indevidos a Lúcio Funaro para evitar que ele firmasse acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.
Esta é a segunda denúncia apresentada por Janot contra Temer baseada nas delações dos executivos da JBS. Os dados de Lúcio Funaro serviram como complemento ao que se tinha antes. A primeira denúncia apresentada por Janot foi rejeitada em votação na Câmara dos Deputados.
Constitucionalmente, caso 342 deputados concordarem, a denúncia é apresentada ao Supremo. A Câmara pode demorar a enviá-la para o Supremo Tribunal Federal (STF), que adiou nesta quarta a votação sobre a validade das provas apresentadas no primeiro depoimento da JBS.