O ex-ministro Antonio Palocci revelou, ao detalhar os conteúdos que serão entregues ao fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público, que fez repasses, em dinheiro vivo, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O dinheiro teria sido entregue pessoalmente por Palocci a Lula, em pacotes de R$ 30 mil, R$ 40 mil ou R$ 50 mil. Segundo a revista Veja, o ex-presidente utilizava o dinheiro doado ao Instituto Lula para o pagamento de despesas pessoais.
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As propinas, segundo o ex-ministro, integravam a conta-corrente que o PT tinha com a empreiteira Odebrecht, expressa na planilha "Programa Especial Italiano", do setor de Operações Estruturadas da empresa.
Nessa quinta-feira (14), o juiz Sérgio Moro solicitou uma perícia por parte da Polícia Federal para detalhar os supostos repasses que foram feitos pela empreiteira a Lula.
Ainda segundo o ex-ministro, o Instituto Lula mantinha um contabilidade paralela para acobertar os repasses ilícitos. As contas, conforme informações da publicação, eram administradas por Paulo Okamotto, à época presidente do Instituto Lula.
Depoimento
Em depoimento a Sérgio Moro, no caso que investiga pagamentos da Odebrecht para compra de um prédio e de um terreno para construção do instituto em São Paulo, Palocci confirmou ao juiz que Lula dava anuência aos pagamentos. O ex-ministro chegou a citar um repasse de R$ 300 milhões que chegou ao conhecimento do ex-presidente.
Palocci está fechando um acordo de delação premiada com o Ministério Público. Para isso, o ex-ministro apresentou uma espécie de sumário com os assuntos que poderá elencar no documento.