O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), com sede em Porto Alegre, manteve a prisão preventiva do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine. A decisão foi tomada em julgamento realizado nessa terça-feira (26) pela 8ª Turma do tribunal.
Bendine presidiu o Banco do Brasil entre abril de 2009 e fevereiro de 2015, e a Petrobras até maio de 2016. Em delação feita pelos ex-diretores da Odebrecht Marcelo Odebrecht e Fernando Ayres da Cunha Santos, ele foi citado como um dos beneficiários de pagamento de vantagens indevidas.
“Além do rastreamento desse dinheiro, outro fator que levou à decretação da preventiva do ex-presidente da Petrobras foi a compra de uma passagem só de ida para Lisboa, o que foi visto pelo Ministério Público Federal (MPF) como um indicativo de fuga, visto que o investigado também tem cidadania italiana”, informou o TRF4.
No pedido de habeas corpus, a defesa do ex-presidente da Petrobras alegou que não estão presentes os requisitos para a prisão preventiva. Para os advogados, as provas se baseiam apenas na palavra dos delatores e fazem referência a fatos antigos. Eles apresentaram documentos como seguro de saúde viagem, reservas em hotéis e passagens de retorno para comprovar que Bendine voltaria ao Brasil e estaria apenas de férias.
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Prisão preventiva
O desembargador João Pedro Gebran Neto, relator dos casos da Lava Jato no tribunal, ressaltou em seu voto que Bendine assumiu como dirigente da Petrobras em meio às investigações e, nem mesmo isso, o desencorajou de persistir na prática delitiva. O magistrado ressaltou que a manutenção da prisão preventiva do ex-presidente da Petrobras é importante para evitar a ocultação de provas.
“A medida [manutenção da prisão], além de prevenir o envolvimento do investigado em outros esquemas criminosos, também terá o salutar efeito de impedir ou dificultar novas condutas de ocultação e dissimulação do produto do crime, já que este ainda não foi recuperado”, afirmou Gebran.
Na mesma sessão de julgamento, os desembargadores mantiveram também as prisões preventivas dos empresários e irmãos Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior e André Gustavo Vieira da Silva, sócios da empresa de publicidade Arcos. De acordo com os autos do processo, ambos atuaram como operadores financeiros de Bendine.