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Empresário confirma a Moro que recibos de Lula foram assinados de uma vez em hospital

Documentos passaram a ser questionados por conta de erros de grafia e datas inexistentes

JC Online
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Publicado em 28/09/2017 às 20:42
Valter Campanato/Agência Brasil
Documentos passaram a ser questionados por conta de erros de grafia e datas inexistentes - FOTO: Valter Campanato/Agência Brasil
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O empresário Glauco da Costa Marques confirmou, em petição protocolada na Justiça Federal do Paraná, que só começou a receber os pagamentos referentes ao aluguel de imóvel vizinho a apartamento do ex-presidente Lula, em São Bernardo do Campo, no ano de 2015. Segundo ele, todos os recibos daquele ano foram assinados num período incerto, que vai de 7 a 29 de dezembro, enquanto internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

"O pagamento de alugueres, esclareça-se, só começou a ocorrer após visita do Dr. Roberto Teixeira (advogado de Lula) ao defendente, quando este estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde Glaucos se submeteria a intervenção cardiovascular. Foi nesta visita que o referido advogado informou-o de que os alugueres passariam a ser pagos regularmente. Em dia próximo, seguinte à visita do Dr. Roberto Teixeira, em data não exatamente precisada, mas entre 07/12/2015 e 29/12/2015 Glaucos também recebeu, no Hospital Sírio-Libanês, a visita do contador João M. Leite, que foi colher as assinaturas nos recibos, referentes ao ano de 2015", esclareceu a defesa do empresário na petição protocolada nesta quinta-feira (28).

Recibos

Os recibos entregues pela defesa de Lula passaram a ser alvo de questionamentos após erros de grafia e datas inexistentes serem apontadas nos documentos. Os recibos, seguindo a intenção da defesa, comprovam a relação privada de aluguel do imóvel, locado em nome da ex-primeira-dama Marisa Letícia.

Segundo o Ministério Público, Lula teria recebido o imóvel, bem como um terreno, também em São Bernardo, da Odebrecht, como benesse concedida por conta de um esquema de favorecimento da empreiteira em 8 contratos da Petrobras.

Em nota, o advogado do petista disse que os questionamentos são uma "tentativa de transformar os recibos no foco principal da ação, numa clara demonstração de que nem o Ministério Público nem o juízo encontraram qualquer materialidade para sustentar as descabidas acusações formuladas contra Lula em relação aos contratos da Petrobras".

Glauco ainda solicita a Sérgio Moro "a expedição de ofício ao Hospital Sírio-Libanês, na cidade de São Paulo, para que informe os dados relativos ao registro de  visitas ao hospital, referentes ao período de 22/11/2015, data da internação do empresário naquele hospital e 29/12/2015, data da alta hospitalar, com ênfase nos visitantes Dr. Roberto Teixeira e Sr. João M. Leite".

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