Presidência

Secom classifica delação de executivos da JBS de 'armação' contra Temer

Nota da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência cita os mais recentes vazamentos de conversas entre Joesley, Saud e advogados do grupo

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Publicado em 29/09/2017 às 21:55
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Nota da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência cita os mais recentes vazamentos de conversas entre Joesley, Saud e advogados do grupo - FOTO: Foto: Valter Campanato/ABr
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A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) divulgou, no fim da tarde desta sexta-feira (29) nota em que classifica de "grande armação" o conteúdo das gravações feitas pelos executivos Joesley Batista e Ricardo Saud, do grupo JBS. A nota da Secom cita os mais recentes vazamentos de conversas entre Joesley, Saud e advogados do grupo.

“A cada nova revelação das gravações acidentais dos delatores da JBS, demonstra-se cabalmente a grande armação urdida desde 17 de maio contra o presidente Michel Temer. De forma sórdida e torpe, um grupo de meliantes aliou-se a autoridades federais para atacar a honradez e dignidade pessoal do presidente, instabilizar o governo e tentar paralisar o processo de recuperação da economia do país”, diz o texto.

Nos áudios divulgados pela revista Veja, os executivos falam sobre o acordo de delação premiada que estava sendo firmado com a Procuradoria-Geral da República e as chances de conseguirem obter os benefícios que buscavam. Para a Secom, os áudios revelam uma “conspiração” contra o presidente.

Na nota, a Secom reproduz inclusive termos chulos, usados em um trecho de conversa de Saud com Joesley e o diretor-jurídico da J&F, Francisco de Assis Silva.

“As acusações caem uma após a outra, revelando a verdade da conspiração que foi construída durante meses. 'Eles querem f...r [o termo foi omitido para publicação nesta matéria] o PMDB', sentencia o advogado Francisco de Assis, sem saber que está sendo grampeado por Joesley Batista. Mostrando todo planejamento da ação controlada que o grupo da JBS tentou fazer contra o país, Assis acrescenta: 'Viu, seguinte, Joesley, no momento certo, temos de dar sinal pro Lúcio pular dentro. Aí ele fecha a tampa do caixão'”, acrescenta a nota da Secom.

Joesley e Saud estão presos há pouco mais de duas semanas por suspeita de omissão de informações durante o acordo de delação premiada. A prisão foi pedida pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pouco antes de deixar o cargo. Janot foi responsável pelo com os dois executivos, firmado meses antes.

“O país não pode ficar nas mãos de criminosos e bandidos que manipulam autoridades, mercado, mídia e paralisam o país. É hora de retornar o caminho do crescimento e da geração de emprego. […] Cabe agora, diante de tão grave revelação, ampla investigação para apurar esses fatos absurdos e a responsabilização de todos os envolvidos, em todas as esferas”, conclui a nota.

Denúncia

O presidente Michel Temer, que enfrenta a segunda denúncia na Câmara dos Deputados, enviada por Janot pouco antes de deixar o cargo, foi para São Paulo nesta sexta-feira, para se encontrar com o jurista Antônio Cláudio Mariz, seu amigo e advogado na defesa da primeira denúncia, já rejeitada pelos deputados.

Íntegra da nota da Secom:

A cada nova revelação das gravações acidentais dos delatores da JBS, demonstra-se cabalmente a grande armação urdida desde 17 de maio contra o presidente Michel Temer. De forma sórdida e torpe, um grupo de meliantes aliou-se a autoridades federais para atacar a honradez e dignidade pessoal do presidente, instabilizar o governo e tentar paralisar o processo de recuperação da economia do país.

Agora, descobre-se que integrantes do Ministério Público Federal ficaram decepcionados com a gravação que usaram para embasar a primeira denúncia contra o presidente. “Eu acho, Fernanda, que precisam construir melhor a história do Temer. Não ficou muito claro. Eu acho que quando ouviram o Temer não gostaram muito. Tinham uma expectativa maior”. E isso dito por Ricardo Saud, uma das vozes usadas para atacar o presidente por dias, semanas, meses no noticiário nacional.

As acusações caem uma após a outra, revelando a verdade da conspiração que foi construída durante meses. “Eles querem f...r o PMDB”, sentencia o advogado Francisco de Assis, sem saber que está sendo grampeado por Joesley Batista. Mostrando todo planejamento da ação controlada que o grupo da JBS tentou fazer contra o país, Assis acrescenta:

“Viu, seguinte, Joesley, no momento certo, temos de dar sinal pro Lúcio pular dentro. Aí ele fecha a tampa do caixão”. Falavam sobre Lúcio Funaro, delator que foi incluído numa segunda denúncia contra o presidente pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, cujas ambições de comandar o país são ressaltadas pelos delatores. “Janot quer ser o presidente da República, ou indicar quem vai ser”, diz Joesley. Funaro, por sua vez, já havia enganado o Ministério Público Federal e a Justiça em delação anterior. Não mudou suas práticas.

O país não pode ficar nas mãos de criminosos e bandidos que manipulam autoridades, mercado, mídia e paralisam o país. É hora de retornar o caminho do crescimento e da geração de emprego. Não se pode mais tolerar que investigadores atuem como integrantes da Santa Inquisição, acusando sem provas e permitindo a delatores usarem mecanismos da lei para fugir de seus crimes. Cabe agora, diante de tão grave revelação, ampla investigação para apurar esses fatos absurdos e a responsabilização de todos os envolvidos, em todas as esferas."

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