Em nota assinada pelo seu advogado, José Eduardo Cardozo, a ex-presidente Dilma Rousseff confirmou que anexará a delação do operador do PMDB, Lúcio Funaro, ao mandado de segurança em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a anulação do processo de impeachment que a tirou da presidência no ano passado.
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Em trechos vazados do depoimento do doleiro, há a confirmação de que o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, articulador do impedimento de Rousseff, recebeu R$ 1 milhão para 'comprar' votos a favor da saída da petista. Funaro disse que recebeu dias antes da votação uma mensagem de Cunha pedindo o dinheiro, que foi garantido pelo operador.
Na nota, José Eduardo Cardozo disse que irá requerer a 'juntada da prova nos autos' até esta terça-feira (17), por ter ficado 'demonstrado que o ex-deputado Eduardo Cunha comprou votos de parlamentares em favor do impeachment'.
Confira íntegra da nota:
Desde o início do processo de impeachment, a defesa da presidenta eleita Dilma Rousseff tem sustentado que o processo de impeachment que a afastou da Presidência da República é nulo, em razão de decisões ilegais e imorais tomadas pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e por todos os parlamentares que queriam evitar “a sangria da classe política brasileira”.
2. Agora, na delação premiada do senhor Lúcio Funaro, ficou demonstrado que o ex-deputado Eduardo Cunha comprou votos de parlamentares em favor do impeachment.
3 – A defesa de Dilma Rousseff irá requerer, nesta terça-feira, 17 de outubro, a juntada dessa prova nos autos do mandado de segurança, ainda não julgado pelo STF, em que se pede a anulação da decisão que cassou o mandato de uma presidenta legitimamente eleita.
4. Entendemos que na defesa da Constituição e do Estado Democrático de direito, o Poder Judiciário não poderá deixar de se pronunciar a respeito, determinando a anulação do impeachment de Dilma Rousseff, por notório desvio de poder e pela ausência de qualquer prova de que tenha praticado crimes de responsabilidade.