O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mostrou confiante em participar das eleições para Presidência da República em 2018, mesmo implicado pela Operação Lava Jato. Em entrevista à Super Notícia FM de Belo Horizonte (MG), na manhã desta quarta-feira (18), o petista afirmou que querem derrotá-lo 'fora das urnas'.
"Não estou melhor, nem pior hoje em dia. Quem está mal é o pessoal da Lava Jato. Eles estão com problema com a opinião pública. Já provei minha inocência e cabe a eles pedir desculpas à sociedade brasileira. Eu poderia não ser mais candidato, mas só por que eles não querem, eu vou ser e vou pelo PT. Se encontrarem algo errado me punam. Seria mais honesto me derrotar numa eleição, já perdi outras", ressaltou o ex-presidente.
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Lula ainda falou sobre a sua saúde e disse que deve viver até os 100 anos. O ex-presidente está prestes a iniciar uma caravana por Minas Gerais, similar à que fez pelos estados do Nordeste. "Se eu estiver com algum problema de Saúde não serei candidato, mas nasci em Garanhuns, e não morri de fome até os cinco anos. Então acho que vou viver até cem anos", comentou.
Ainda sobre 2018, Lula foi questionado sobre uma possível disputa contra Jair Bolsonaro e disse que não escolhe adversário. "Seja candidato qualquer brasileiro, podem ter dez ou vinte e que vença o melhor", disse.
ACUSAÇÃO CONTRA LULA
Segundo o MPF, o apartamento de R$ 504 mil usado pela família de Lula em São Bernardo do Campo seria parte de propina da Odebrecht em troca da atuação do ex-presidente para beneficiar a empresa em oito contratos com a Petrobras. Um terreno de R$ 12,5 milhões em São Paulo para o Instituto Lula, que nunca foi usado pela entidade, também faria parte da vantagem indevida.
O apartamento, vizinho à residência de Lula, está em nome do engenheiro Glaucos Costamarques, apontado pelos investigadores como ‘laranja’ do petista. Glaucos é primo distante do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula. O petista afirma ter pago o aluguel, e Glaucos nega.
A defesa do ex-presidente nega que tenha recebido a posse ou propriedade dos imóveis, muito menos em contrapartida a uma atuação em contratos com a Petrobras. Segundo os advogados de Lula, "nenhuma prova foi apresentada sobre essa alegação, que se mostrou, em verdade, ser manifestamente improcedente".
Na segunda (16), Lula requereu ao juiz federal Sérgio Moro que determine à força-tarefa da Operação Lava Jato e ao empreiteiro Marcelo Odebrecht que informem se possuem as vias originais de documentos apresentados em ação sobre supostas propinas do Grupo para o petista.
