O presidente Michel Temer esteve reunido na noite deste domingo (22), no Palácio da Alvorada, com ministros da área política e lideranças da base aliada no Congresso Nacional. Eles discutem estratégias para garantir a rejeição da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), que será votada no plenário da Câmara na próxima quarta-feira (25). Entre os presentes, estão o ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e o líder do governo na Casa, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
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Temer, Padilha e Moreira foram denunciados por organização criminosa. O presidente também foi acusado, sozinho, de obstrução de Justiça. A denúncia tem como base as delações dos donos e executivos do grupo J&F, que controla o frigorífico JBS, e do corretor Lúcio Funaro, apontado pelas investigações como suposto operador financeiro do PMDB. A peça acusatória foi apresentada pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot na véspera de ele deixar o cargo, em agosto deste ano.
O presidente da República, ministros e lideranças trabalham para conseguir barrar a segunda acusação na Câmara com pelo menos o mesmo placar da primeira denúncia, por corrupção passiva A primeira denúncia foi rejeitada pelo plenário da Casa em 2 de agosto por 263 a 227 votos. Embora lideranças da base aliada prevejam que Temer deve ter menos votos a seu favor desta vez, o vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), estima um placar entre 260 e 280 votos pró Temer na segunda denúncia.
Base aliada
De acordo com Mansur, Temer deve se reunir com líderes de partidos da base aliada nesta segunda-feira (23) e terça-feira (24) véspera da votação, para tentar resolver insatisfações nos partidos. Sem dar nomes, o parlamentar paulista disse que, no caso do partido dele, o PRB, há uma expectativa de "virar" dois votos que eram contra Temer e poderão passar a ser a favor do presidente. Além do PRB, Temer espera resolver insatisfações no PSD. O líder da sigla, Marcos Montes (MG), tem dito que o número de votos contrários ao presidente podem aumentar de três a cinco na segunda denúncia.