O PSB não descartou totalmente a ideia de ter um candidato à presidência. O que falta ao partido é um nome competitivo como o de Eduardo Campos em 2014. Por isso a legenda tem sondado nomes como o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa (sem partido). Conhecido por ter sido relator do julgamento do Mensalão no STF, Barbosa é visto como um outsider capaz de representar o sentimento anti-corrupção e colocar o PSB como um player importante na próxima disputa presidencial. Os socialistas já encomendaram pesquisas internas que mostram o potencial do ex-ministro na corrida presidencial.
“Houve uma conversa (com Joaquim Barbosa) há meses atrás. Vamos voltar a conversar com ele também”, afirmou Carlos Siqueira. Questionado se o jurista estava sendo sondado para ser o presidenciável do PSB, Siqueira diz que a conversa do partido com Barbosa é sobre política. “Ele não está decidido ainda que é candidato. Mas pode decidir também”, diz.
Há dois meses, Barbosa admitiu ao Valor Econômico que foi procurado por um emissário do PSB que queria convence-lo a participar da festa de 70 anos da agremiação. Além do PSB, ele afirmou ter tido conversas com políticos do PT, da Rede e por lideranças políticas do segmento evangélico.
No PSB, a conversa com o ex-ministro ainda se dá de forma não-oficial. A estratégia é primeiro sondar se ele tem interesse de participar do processo político. Só em um segundo momento é que a filiação a uma sigla seria discutida.
PSB já buscou candidata no Judiciário
Não seria a primeira vez que o PSB reforçaria seus quadros com nomes emblemáticos da área jurídica. Em 2013, a sigla conseguiu filiar a ex-corregedora nacional de Justiça Eliana Calmon; famosa por enfrentar irregularidades no Judiciário. Ela disputou o Senado pela Bahia no ano seguinte, mas ficou em terceiro lugar, com pouco mais de 500 mil votos.
No início de outubro, Joaquim Barbosa tinha 5% de intenção de voto segundo pesquisa do Datafolha, no cenário sem o ex-presidente Lula (PT). O número o deixava em empate técnico com João Doria (PSDB) e Ciro Gomes (PDT), respectivamente 6% e 7%.
O JC não conseguiu contato com Barbosa.