PROPINA

Henrique Alves diz que Cunha movimentou conta com U$ 800 mil na Suíça

Ex-ministro prestou depoimento nessa segunda-feira (6) à Justiça Federal do Distrito Federal

JC Online
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Publicado em 07/11/2017 às 12:54
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Ex-ministro prestou depoimento nessa segunda-feira (6) à Justiça Federal do Distrito Federal - FOTO: Foto: ABr
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O ex-ministro do Turismo e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB), atribuiu ao ex-deputado Eduardo Cunha a movimentação em conta aberta na Suíça no ano de 2008. Ao prestar depoimento ao juiz Vallisney de Souza, por videoconferência, nessa segunda-feira (6), Alves não respondeu às questões do Ministério Público ou de qualquer advogado que não fosse da sua defesa. De acordo com a investigação 800 mil dólares foram encontrados na conta.

Ao ser questionado sobre a quem ele atribui a movimentação na "famigerada conta", Alves foi enfático ao acusar Cunha."Absolutamente. Como é que ele ia saber o número da conta se eu não falei a ele", disparou o ex-parlamentar.

Em seguida, Alves chegou a chorar ao falar sobre a família, motivo pelo qual ele teria aberto a conta naquele ano. "Família é a coisa mais importante que existe. Eu tentei muito segurar isso comigo, e, graças a deus, ele me abençoou", disse Alves em meio às lágrimas. O ex-ministro confirmou que abriu a conta em 2008 para evitar que desentendimentos familiares entre irmãos por conta de herança afetassem seu patrimônio. Henrique admitiu ter revelado os problemas familiares ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que o aconselhou a abrir uma conta fora do País para proteger o patrimônio de disputas na família em torno da herança e em razão de eventual divórcio. Cunha teria orientado Henrique Alves a procurar escritório com sede no Uruguai para os trâmites da abertura da conta.

O ex-ministro confirmou que a conta havia sido considerada morta, sem aplicar nela "nenhum tostão". Alves também disse que nunca esteve no escritório de Lúcio Funaro, apontado como operador do PMDB. "Tenho muito respeito, admiração, mas não fui".

Sobre a visita de 400 pessoas durante 2 meses de prisão em Natal, apontada pelo Ministério Público, Henrique também esclarceu que se tratava apenas de familiares, portadores e médicos, que levavam café, jantar ou até mesmo prestavam atendimento médico ao político.

O ex-parlamentar é réu, acusado de ter feito parte do grupo que negociava propinas em troca da liberação de recursos do Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS), de ocultar valores em uma conta no exterior e de ter agido de forma ilícita na definição de Natal, capital do Rio Grande do Norte, como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014.

Investigadores identificaram uma movimentação equivalente a mais de US$ 800 mil na conta aberta na Suíça e o Ministério Público Federal aponta que o valor foi oriundo de pagamento de propina da empresa Carioca Engenharia.

Caixa 2

No depoimento, o ex-ministro admitiu que recebeu doações eleitorais de empresas "sem ter declarado à Justiça Eleitoral" os valores - o caixa dois. "Recebi doações de empresas JBS, Odebrecht e outras, que ajudaram minha campanha. Mas quero ter a coragem, como nordestino que sou, de assumir que alguns desses valores eu posso não ter declarado na Justiça Eleitoral. Porque elas davam aquele valor sem querer que fossem declaradas as quantias", disse Henrique Alves.

 

 

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