O presidente Michel Temer anunciou nesta quinta-feira (09) um plano para concluir milhares de obras paralisadas, enquanto luta para aprovar a reforma da Previdência, agora mais modesta que o projeto original elaborado pelo governo.
"Este é um governo que não para (...). Os que falam em paralisação vão se surpreender", declarou Temer durante o lançamento do "Projeto Avançar", um plano para investir, até o final de 2018, o total de 130,97 bilhões de reais em 7.439 projetos nas áreas de energia, infraestrutura, defesa, habitação, mobilidade urbana, saneamento e petróleo e gás.
Os recursos serão destinados a projetos já em andamento e a obras paradas. Alguns estavam previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Entre os projetos do PAC agora adotados pelo "Avançar" estão trechos da ferrovia Norte-Sul; dragagem no porto de Paranaguá, obras na avenida perimetral no porto de Santos (SP); a linha 2 do metrô de Salvador (BA); e a urbanização da Vila do Mar, em Fortaleza (CE).
O Avançar reúne iniciativas tocadas por diferentes ministérios, como os leilões de rodovias e os projetos de habitação do Minha Casa, Minha Vida.
Os recursos virão de três fontes: R$ 42,1 bilhões do orçamento geral da União; R$ 29,9 bilhões da Caixa Econômica Federal, do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); R$ 58,9 bilhões de empresas estatais do setor de energia, em especial da Petrobras.
Combater privilégios
Sobre a Previdência, Temer declarou que "o único objetivo desta reforma é combater privilégios e preservar os menos favorecidos".
Quanto à necessidade de obter o apoio de 308 dos 513 deputados, Temer declarou que "vamos somando pouco a pouco os votos".
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu nesta quinta-feira que a nova proposta de reforma da Previdência deve manter apenas 50% do texto original.
Meirelles discutiu a reforma na manhã desta quinta com Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e líderes dos partidos da base aliada no Congresso.
De acordo com Meirelles, o governo não vai abrir mão de manter na proposta alguns pontos, entre eles a idade mínima para aposentadoria, que no texto é de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres.
O ministro da Fazenda destacou que o texto final da proposta não está fechado e que é objeto de discussão no Congresso, que dará a última palavra.