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Planalto apoia ato de Aécio para evitar 'divórcio litigioso'

Aécio destituiu o senador Tasso Jereissati da presidência interina do PSDB

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Publicado em 10/11/2017 às 6:43
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Aécio destituiu o senador Tasso Jereissati da presidência interina do PSDB - FOTO: Foto: ABr
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O movimento feito pelo senador Aécio Neves (MG) ao destituir o colega Tasso Jereissati (CE) da presidência interina do PSDB teve apoio do Palácio do Planalto. Na avaliação do núcleo político do governo, a estratégia pode ter impacto na operação que vinha sendo capitaneada por Tasso para o partido desembarcar do governo.

Nos bastidores, auxiliares do presidente Michel Temer afirmam que "uma coisa é a separação amigável e, outra, o divórcio litigioso". No núcleo político do Planalto, o diagnóstico é de que os tucanos, hoje com quatro ministérios, podem até decidir deixar a equipe na convenção de 9 de dezembro, mas cargos da "cota pessoal" do presidente devem ser preservados.

O novo presidente interino do PSDB, Alberto Goldman, é aliado do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, e do senador José Serra (PSDB-SP). Tasso vai disputar o comando do PSDB com o governador de Goiás, Marconi Perillo, e quer que o partido desembarque do governo. Goldman e Marconi Perillo são favoráveis à permanência.

Além do Itamaraty, os tucanos comandam ainda o Ministério das Cidades, com Bruno Araújo, a Secretaria de Governo, com Antonio Imbassahy, e Direitos Humanos, nas mãos de Luislinda Valois.

Pressionado por deputados do Centrão, Temer disse nesta quinta-feira, 9, que uma reforma ministerial "será inevitável" para assegurar a aprovação das mudanças na Previdência. Evitou, porém, fixar uma data para as trocas na equipe. O Centrão - composto por partidos médios, como o PP, o PR e o PTB -, exige a substituição de Imbassahy, responsável pela articulação política com o Congresso, e quer Cidades, que tem orçamento mais vistoso

Antecipação

Temer planeja antecipar a reforma ministerial para janeiro de 2018, a fim de começar uma "nova etapa" de seu governo. Antes, as mudanças estavam previstas para o início de abril, quando quem for disputar as eleições tem de deixar o cargo. Dos 28 ministros, 18 podem ser candidatos em 2018.

"Eu saberei o tempo para fazer a reforma (ministerial). É algo que, toda vez que você governa, elas estão sempre em cogitação. Eu saberei o momento certo", disse Temer, ontem, após participar do lançamento do Projeto Avançar, que promete investimentos de R$ 130 bilhões para retomar obras paradas até 2018. "Reconheço que há pleitos e sobremais, como muitos ministros vão deixar os cargos, é claro que a reforma será inevitável."

Os aliados cobram que as trocas sejam feitas até o fim do ano, sob pena de paralisarem as votações, como a da Previdência. O líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), chegou a dar um ultimato. "Ou muda (o Ministério) ou não vota mais nada", disse. Após conversar com o presidente na quarta-feira, Lira afirmou ter saído confiante de que a reforma seria feita ainda este ano. Ao ser indagado nesta quinta se a mexida no Ministério poderia ocorrer antes de janeiro, Temer respondeu rápido: "Acho que não" As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Disputa

No fogo cruzado do PSDB na disputa pela presidência do partido, aliados do senador Aécio Neves (MG) e tucanos da ala governista do partido afirmam, agora, que a movimentação do senador Tasso Jereissati (CE) vai além do desejo de comandar a legenda.

"Há dois meses eu disse para algumas lideranças que a única coisa que explicava o excesso do ativismo do Tasso é o fato de ele ser candidato à Presidência do Brasil. (O senador) Cassio (Cunha Lima) defendeu ontem essa tese e cometeu um ato falho", disse o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG).

"Não tenho dúvidas de que a movimentação do Tasso é para ser candidato a presidente da República, como um Tersius", completou Pestana. Aliado de Tasso, o senador paraibano Cássio Cunha Lima fez um discurso durante a reunião que lançou oficialmente a candidatura do colega ao comando da legenda e finalizou, segundo relatos, com o slogan "Tasso presidente".

"É um argumento falacioso. O Tasso nunca manifestou interesse em disputar nenhum cargo. Ele sempre teve inclinação pela candidatura presidencial do Geraldo Alckmin. Fomos nós que pedimos para ele assumir o comando do partido", rebateu o deputado Rocha (PSDB-AC), aliado de Tasso.

Além de Alckmin, o prefeito de Manaus, Arthur Virgilio, também se apresentou como pré-candidato à Presidência da República e disse que pretende disputar prévias. O prefeito João Doria também é apontado como postulante à vaga, embora tenha sinalizado que deve apoiar o padrinho político. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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