CONCLUSÃO

PF aponta indício de lavagem de dinheiro de Geddel Vieira Lima em 'bunker' de R$ 51 mi

Mãe do ex-ministro, o irmão dele, o seu ex-assessor e aliado de Geddel também são imputados

JC Online
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Publicado em 28/11/2017 às 14:56
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Mãe do ex-ministro, o irmão dele, o seu ex-assessor e aliado de Geddel também são imputados - FOTO: Foto: Agência Brasil
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O relatório com a conclusão da Polícia Federal no inquérito que apura o envolvimento do ex-ministro Geddel Vieira Lima, o irmão dele, o deputado Lúcio Vieira Lima (PDMB-BA), e outras três pessoas foi encaminhado para o gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. No documento, a PF aponta o indício de lavagem de dinheiro e associação criminosa de todos os citados, que passaram a ser investigados após malas com R$ 51 milhões terem sido encontradas em um apartamento em Salvador.

O dinheiro é atribuído por investigadores ao ex-ministro, imputando, além dele, o ex-assessor do deputado Lúcio Vieira Lima, Job Ribeiro; a mãe de Geddel e Lúcio, Marluce Vieira Lima; e Gustavo Ferraz, aliado de Geddel.

Em depoimento à Polícia Federal (PF), o ex-secretário parlamentar da Câmara dos Deputados Job Ribeiro Brandão afirmou que Geddel Vieira Lima e Lúcio Vieira Lima pediram a ele para destruir provas como anotações, agendas e documentos que poderiam dar pistas sobre envolvimentos dos dois peemedebistas.

Brandão, que foi assessor de Lúcio Vieira Lima na Câmara, foi preso em setembro após a PF encontrar os 51 milhões e as suas impressões digitais no local e nas notas.

De acordo com a PF, passados quase três meses da apreensão da quantia milionária, nenhum documento foi apresentado para dar suporte à origem do dinheiro. Para a polícia, "estiveram unidos em unidade de desígnios (todos os citados) para a prática de crimes de lavagem de dinheiro, seja pelo ocultamento no apartamento de Marluce Quadros Vieira Lima, seja pelo ocultamento no apartamento da Rua Barão de Loreto, Graça,  em Salvador, de recursos financeiros em espécie oriundos  das atividades ilícitas praticadas contra a Caixa Econômica Federal (corrupção de Geddel), apropriação indevida de recursos da Câmara dos Deputados
por desvios de salários de Secretários Parlamentares (Peculato), Caixa 02 em Campanhas Eleitorais (Art. 350 do Código Eleitoral), possível participação de Lúcio Veira Lima em ilicitudes relacionadas a medidas legislativas e da participação de Geddel Vieira Lima
em organização criminosa".

Investigação

Geddel é alvo da Operação Cui Bono, que foi deflagrada pela PF em 13 de janeiro deste ano e investigou esquema de fraude na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal no período entre 2011 e 2013. De acordo com a investigação, entre março de 2011 e dezembro de 2013, a vice-presidência de Pessoa Jurídica da instituição era ocupada por Geddel Vieira Lima. Em setembro, a segunda fase da operação foi deflagrada, prendendo o ex-ministro em Salvador após a polícia encontrar o montante em dinheiro num apartamento na capital baiana.

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