Em evento com catadores de materiais recicláveis em Brasília, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva voltou a repetir que quer ser inocentado pela Justiça para voltar a concorrer à presidência da República. "Todo santo dia fazem uma denúncia contra o Lula. Estou desafiando: me provem um pneu de bicicleta velho rasgado que eu tenha roubado. Se provarem eu venho aqui e peço desculpas. Não vou aceitar ser candidato para não poder ser preso. Quero ser inocentado para ser candidato", disse o petista na Expocatadores.
Em um evento típico de pré-campanha, Lula criticou os que vestem camisa amarela e "gastam o dinheiro em Miami", e culpou a classe média pelos 14 milhões de desempregados. "Prefiro os que vestem camisa vermelha e gastam o dinheiro aqui", discursou.
Leia Também
Na sequência, o presidente de honra do PT mandou um recado: "Tem uma parte da imprensa que não gosta de mim e vou dizer: vou voltar e fazer muito mais do que nos últimos oito anos."
Lula disse que o País só vai dar certo no dia em que os mais pobres forem tratados com respeito e pregou que o "bolo" precisa ser dividido de forma mais justa. "Enquanto tiver um governo cortando Orçamento, destruindo as empresas e tratando os mais pobres com desrespeito, esse País não vai dar certo", destacou.
O petista foi recebido aos gritos de "guerreiro", "fora, Temer" e "volta, Lula". Quando era presidente da República, Lula costumava participar do evento de Natal com os catadores. "Se tudo tivesse bem nesse País, não precisaria discutir com o partido se vou ou não ser candidato", afirmou.
No discurso de 15 minutos, Lula destacou que algumas pessoas que governaram o País não sabem o que é uma criança morrer de desnutrição e que, por saber isso, fez do combate à fome sua razão de vida. "Eu cada vez que encontro com vocês fico descobrindo porque uma parte da elite tem tanto ódio do Lula", declarou.
O petista disse ter orgulho da evolução dos catadores, que tem prazer em ver filho de catador fazendo curso de medicina, e que em seu governo todos evoluíram, de banqueiros, usineiros a indústria automobilística, pois "ganharam muito dinheiro". "Algumas pessoas não querem gostar de nós, por isso deram o golpe em Dilma", concluiu, referindo-se ao processo de impeachment da ex-presidente da República Dilma Rousseff.