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Aécio Neves diz que irá disputar as eleições para Senado ou Governo

A decisão só vai ser definida depois que o senador, que está afastado do cargo, conversar com 'as forças políticas' que o apoiam

JC Online
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Publicado em 15/12/2017 às 15:06
Fabio Rodrigues/Agência Brasil
A decisão só vai ser definida depois que o senador, que está afastado do cargo, conversar com 'as forças políticas' que o apoiam - FOTO: Fabio Rodrigues/Agência Brasil
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O senador afastado Aécio Neves (PSDB) admitiu, nesta sexta-feira (15), que irá disputar as eleições ano de 2018 para o Senado ou para o cargo de governador de Minas Gerais. O senador afirma que só depois de conversar com “as forças políticas” que o apoiam é que vai ser definido. Ele não definiu data para esse anúncio. “Mas o Senado é o caminho natural”, ele disse.

Aécio fez a declaração na manhã desta sexta-feira, na rádio Itatiaia, durante uma entrevista, na semana seguinte à perda do cargo de presidente nacional do PSB. O tucano está envolvido em vários escândalos de corrupção no país, mas afirma que não teme qualquer condenação nos nove inquéritos contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele afirma que não pesa contra ele nenhuma conduta ilícita.

"Dizem respeito (inquéritos), sem exceção, a financiamentos de campanhas eleitorais. Há uma coisa em comum em relação àqueles que fazem referência ao meu nome: todos dizem que em relação ao senador e ao governador Aécio nunca houve  contrapartida  e favorecimento a quem quer que fosse e eles deram ajuda  em minhas campanhas eleitorais porque acreditavam no nosso projeto. De forma distinta, é o que a totalidade deles dizem", afirma Aécio.

O senador mineiro foi afastado do mandato por ordem do ministro Edson Fachin, do STF, em maio deste ano, por causa do caso do empresário Joesley Batista, que está preso com o irmão Wesley, desde setembro deste ano.  Aécio foi flagrado em escuta telefônica pedindo R$ 2 milhões a Joesley, mas afirma que o valor não se trata de dinheiro público, mas um empréstimo privado.

Os irmãos Batista, proprietários da JBS, obtiveram benefícios de informações que tinham relação com o acordo de colaboração premiada firmado com a Procuradoria-Geral da República. Segundo as informações da Polícia Federal, os irmãos queriam obter lucro no mercado financeiro.

Acusações

Em delação premiada de junho de 2016, Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, afirma ter participado de um esforço de captação de recursos ilícitos para bancar a eleição de Aécio Neves à presidência da Câmara dos Deputados. Foram cerca de R$ 7 milhões levantados, sendo R$1 milhão destinados a Aécio.

Já o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) afirmou em sua delação de março de 2016 que Aécio teria recebido propina da empresa Furnas. Ele disse que Dimas Toledo, ex-presidente da companhia, cuidava desses pagamentos ilegais para o senador. Aécio foi quem teria indicado, no governo FHC, o nome de Dimas para o cargo. A denúncia foi feita em 2006.

Já em março deste ano, segundo a delação premiada de Benedicto Junior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Aécio teria recebido propina, através de uma conta bancária em Nova York, operada pela sua irmã. O senador tinha atendido a interesses da empresa em obras como a da Cidade Administrativa, em Minas. No mesmo período, o ex-presidente, Marcelo Odebrecht, disse, em depoimento do Tribunal Superior Eleitoral, que Aécio teria lhe pedido R$ 15 milhões no final do primeiro turno da campanha eleitoral de 2014.

Aécio também está envolvido no escândalo do aeroporto de Cláudio, de 2014. O governo de Minas Gerais teria gastado quase R$ 14 milhões para construir um aeroporto dentro de uma fazenda de um parente do senador. A pista foi construída em uma fazenda no município de Cláudio e estava pronto desde o final de 2010. O inquérito que apurava supostas irregularidades na construção foi arquivado em 2015 pelo Conselho Superior do Ministério Público de Minas Gerais.

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