O ex-presidente Lula perdeu a ação que moveu contra o procurador da República Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Operação Lava Jato. O processo por danos morais foi devido a uma entrevista coletiva em que Deltan, através de uma apresentação de PowerPoint, colocava o petista no centro do esquema de corrupção na Petrobras.
De acordo com o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, a exposição feita pelo procurador foi para “inflamar preconceitos e paixões” e “aniquilar a possibilidade de Lula ter um julgamento justo e imparcial”, ressaltando que vai recorrer da decisão.
O juiz Carlo Mazza Britto Melfi, 5ª Vara Cível de São Bernardo do Campo, que negou a ação, afirmou que Lula “busca reparação moral independente dos fatos apurados pelo procurador da República, demonstrando preocupação com o meio de divulgação das informações, em detrimento de seu conteúdo”.
Para o ex-presidente, que pediu indenização de um milhão de reais, o procurador Deltan Dallagnol foi abusivo na sua exposição. Nela, o magistrado cita as acusações contra Lula, como corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Melfi disse que é comum a realização de entrevistas coletivas, principalmente em ações contra pessoas de maior notoriedade.
Ele ainda aponta que a própria defesa de Lula adotou a mesma estratégia, “Os próprios advogados, há tempos, têm se valido da mesma estratégia, por vezes por meio de notas de repúdio, esclarecimentos ou cartas abertas”, afirmou.