Atualizada às 12h38
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), que já havia criticado a publicação da Medida Provisória que retira da lei proibição de privatizar a Eletrobrás, defendeu mais uma vez que a elaboração das regras de desestatização da empresa fosse feita por meio do envio de um Projeto de Lei enviado à Câmara dos Deputados. Ele garantiu que aprovaria um PL nos mesmos moldes com celeridade.
Maia considera a Medida Provisória um instrumento autoritário, por não dar o devido espaço para discussão da proposta. "Eu acho que por Medida Provisória você autorizar o início dos estudos da privatização da Eletrobrás é desrespeitar a sociedade brasileira. Mande um projeto de lei, a gente vai discutir rapidamente, mais rápido que a Medida Provisória e vamos aprovar", afirmou o parlamentar.
Ele vem tendo atritos com o Planalto em 2017 ao defender que as principais medidas econômicas do governo sejam tomadas por meio de Projetos de Lei, para assim dar mais protagonismo ao Poder Legislativo. O deputado chegou a afirmar que não colocaria a MP para a votação.
Rodrigo garantiu que, apesar ser crítico à MP, é "100% a favor" da venda não só da Eletrobrás, mas da gestão privada das empresas brasileiras. "Eu acho que ela privatizada vai ser mais eficiente no Brasil do que ela pública, da mesma forma que foi a Vale do Rio Doce e tantas outras ex-estatais. Agora, por Medida Provisória, não é correto que a sociedade não seja ouvida antes entre os seus representantes que estão na Câmara dos Deputados.
Reforma da Previdência
Com a proposta da Reforma da Previdência prevista para ser votada no dia 19 de fevereiro, Rodrigo Maia trabalha para ter condições de seguir o prazo estabelecido pelo governo federal. "O previdenciário onde o trabalhador simples financia o trabalhador que ganha no teto. Isso não é justo, isso reduz investimento. Se a gente não reorganizar o estado, que hoje gasta muito e gasta mal, e a previdência é o principal problema, que representa quase 60% dos gastos totais do orçamento da União, a gente não vai avançar", afirmou.
Após a polêmica envolvendo o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que admitiu que o Palácio do Planalto está pressionando governadores e prefeitos a trabalhar pela reforma da Previdência em troca da liberação de recursos e financiamento de bancos públicos, o governo busca reagir no trabalho de convencimento à população em favor da Reforma. O discurso do governo de "combate aos privilégios" é defendido por Maia.
Segundo Maia, os que falam na melhoria de investimentos na educação e saúde não podem estar contra a Reforma da Previdência. "Há uma grande distorção, o trabalhador brasileiro que ganha um salário mínimo se aposenta no Brasil com 65 anos e o que ganha no serviço público entre 20 de 30 mil e o que ganha no teto do regime geral se aposentam mais jovens, pois contribuem mais tempo desde jovens, uma média de 55 anos então não é justo que o trabalhador que ganha um salário mínimo financie a aposentadoria e essa distorção tem gerado uma despesa por ano a mais de 50 bilhões", disse o parlamentar.
Armando Monteiro Filho
Rodrigo Maia esteve presente na cerimônia de cremação do corpo do ex-ministro e empresário Armando Monteiro Filho, realizada na manhã desta quarta-feira (3) no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR).
Ele contou que é amigo da família de Armando Monteiro Filho desde a época da redemocratização, em 1980, pela amizade dele com o seu pai, o ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, correligionários no PDT. "Conheci o Dr. Armando, a esposa, o Eduardo, o senador Armando e eu vi em nome da família deixar meu abraço para um grande brasileiro, para um grande pernambucano, que infelizmente se foi", contou.
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