O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, disse nesta quarta-feira (17) que sempre manteve uma relação “funcional” com Roberto Derziê Sant'Anna, um dos quatro vice-presidentes da Caixa Econômica Federal afastado na terça-feira (16) pelo presidente Michel Temer.
Segundo reportagens publicadas na imprensa, uma auditoria feita pelo banco aponta que o vice-presidente teria repassado a Moreira Franco e ao presidente Temer informações privilegiadas sobre operações do banco, atendendo pedido deles.
“O que foi levantado, pelo menos que vi no jornal, é que eu teria feito solicitação, essa foi a afirmação, que eu havia feito solicitação ao vice-presidente Derziê. Eu sempre tive com os vice-presidentes uma relação de natureza funcional, qualquer solicitação que eventualmente, qualquer pergunta, qualquer indagação, elas sempre estiveram no âmbito funcional. Eu não tenho por hábito nos lugares públicos que ocupei, que foram vários, eu tenho uma larga e vasta experiência, e toda minha biografia nunca foi manchada por qualquer tipo de atitude que gerasse qualquer vergonha”, disse o ministro.
Declaração
Moreira Franco se manifestou depois do afastamento de quatro vice-presidentes da Caixa, por 15 dias, pelo presidente Michel Temer. Os vice-presidentes são investigados em operações da Polícia Federal. Na última quinta-feira (11), os procuradores responsáveis pela Operação Greenfield enviaram um ofício ao presidente alertando que ele poderia ser responsabilizado por “eventuais novos ilícitos” cometidos pelos gestores do banco que estão sob investigação.
Moreira Franco comentou as reportagens durante visita de monitoramento das obras do Sistema Produtor Corumbá, em Valparaíso de Goiás, no entorno do Distrito Federal. O complexo está em construção desde 2009 e faz parte do programa Agora, é Avançar, coordenado por Moreira Franco.
Na ocasião, o ministro voltou a defender a aprovação da reforma da Previdência e declarou que não acredita que a demissão dos gestores da Caixa possa afetar as negociações pela aprovação da proposta na Câmara dos Deputados, em fevereiro.
“Eu espero que não atrapalhe [as negociações para a reforma da Previdência]. Não existe nada mais importante no Brasil de hoje do que nós aprovarmos a Previdência. A situação dos aposentados, dos pensionistas do Rio Grande do Sul, no estado do Rio de Janeiro, no estado do Rio Grande do Norte, em diversos outros estados e uma situação que mostra que não é mais uma hipótese eles não receberem suas aposentadorias e pensões, é uma realidade. E nós não queremos que isso ocorra para a maioria dos aposentados e pensionistas do Brasil, a medida que a Previdência da União entra em colapso”, afirmou.