O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), disse que a solução para garantir a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois da condenação em segunda instância no TRF-4, é a manifestação das ruas.
"Não vamos derrotar o golpe ganhando liminar na Justiça. Os advogados que façam o trabalho deles. Mas tem que ter mobilização popular para Lula ser candidato. Temos de fazer enfrentamento social e uma rebelião cidadã", afirmou. "Para prender Lula, vão ter de prender milhões de brasileiros", completou.
O senador ainda disse que a tentativa de impugnar a candidatura de Lula é parte do golpe, depois do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e da aprovação da reforma trabalhista, citando que o governo atual estaria rasgando a Constituição. "Ninguém é eleito defendendo essa reforma da Previdência e essa reforma trabalhista", criticou. Ele participa da reunião do Diretório Nacional do PT, na sede da CUT, nesta quinta-feira (25). A candidatura de Lula foi anunciada no início da reunião pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
Também presente na reunião, o líder da oposição no Senado, o petista Humberto Costa (PE), foi mais um a incitar a radicalização para garantir a candidatura do ex-presidente Lula depois da condenação em segunda instância no caso do tríplex do Guarujá. "A única maneira de barrarmos o golpe e garantir a candidatura de Lula é ir às ruas e partir para desobediência civil."
Sobre o julgamento, Humberto Costa afirmou que o TRF-4 estava julgando o que vai acontecer nas eleições deste ano. Segundo ele, a interpretação do TRF-4 não corresponde aos fatos e repetiu que não existe crime. "Nenhum representante da Justiça conseguiu provar, portanto, até o presente momento, não existe crime. E, se não existe crime, não há criminoso." Ele citou o artigo do New York Times, dizendo que o que foi considerado prova aqui, nem iniciaria o processo nos EUA.
Recado do MST
O dirigente do MST João Pedro Stédile enviou um recado à Polícia Federal e ao Poder Judiciário de que os movimentos populares não aceitarão e impedirão a prisão do ex-presidente Lula.
Stédile também afirmou que antes do PT anunciar a candidatura de Lula, mais cedo na abertura da reunião, o povo já o tinha escolhido. "Lula é o candidato dos trabalhadores." Ele ainda sugeriu que a Justiça está "atrás" de Lula porque sabe da chance dele voltar a ser presidente. "Eles foram didáticos em nos explicar que o Poder Judiciário tem lado: o da burguesia."
O dirigente do MST também afirmou que serão feitas mobilizações em todo o País no dia em que está prevista a votação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados para impedir a aprovação do projeto.