A força tarefa da Operação Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF) pediu ao juiz federal Sérgio Moro a condenação do ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine por uma pena de no mínimo 30 anos de prisão. Os procuradores apontam que o executivo cometeu os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e embaraço a investigação de organização criminosa. Eles também pedem o ressarcimento de R$ 3 milhões, fruto de esquema envolvendo a Petrobras e a Odebrecht.
Esquema
Bendine presidiu o Banco do Brasil de abril de 2009 a fevereiro de 2015 e a Petrobras, até maio de 2016. No depoimento prestado no início do mês ao juiz Moro, Marcelo Odebrecht, que é um dos delatores das investigações da Lava Jato, disse que autorizou repasse de R$ 3 milhões a Bendine. A quantia seria correspondente ao valor pago pela empreiteira a Bendine para que o ex-presidente da Petrobras "não atrapalhasse" a Odebrecht nos esquemas entre a empreiteira e a estatal.
Segundo a investigação, ele acabou recebendo R$ 3 milhões em três parcelas de R$ 1 milhão, entre junho e julho de 2015, enquanto ocupava a Presidência da Petrobras. Em troca teria agido em defesa dos interesses da empreiteira.
Marcelo Odebrecht foi interrogado pelo magistrado na ação penal em que Bendine e ele são acusados do crime de corrupção. Os dois estão presos. Odebrecht desde junho de 2015, alvo da Operação Erga Omnes, 7.ª etapa da Lava Jato. Bendine, desde 27 de julho passado, alvo da Operação Cobra, 42.ª fase.