O presidente Michel Temer disse em entrevista a Rádio Bandeirantes que não seria adequado se manifestar sobre o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a possibilidade de ele ficar fora das eleições por conta da condenação em segunda instância, mas repetiu achar melhor que ele pudesse participar do pleito. "Eu acho que se ele tiver condição de disputar acaba uma coisa meio mítica. Ele vai para a eleição, se for eleito muito bem, se não for...", disse, reiterando que não defenderia essa posição porque o tema está no Poder Judiciário. "E seria uma intervenção em outro Poder."
Temer disse ainda acreditar que as eleições vão ocorrer dentro da normalidade e mesmo que haja "evidentemente" um "momento político eleitoral mais convulsionado", para o presidente, as instituições estão funcionando. "No caso do Lula, o que vai acontecer com ele eu não sei, porque é uma questão judicial, e se soubesse não falaria", destacou.
Quadro
Ao ser questionado sobre a divisão no quadro eleitoral, com a polarização entre Lula e Jair Bolsonaro, e também com diversos pré-candidatos do centro, Temer afirmou que "o ideal dos ideais seria ter dois candidatos", o que significaria poucos partidos. "Essa coisa de espalhar um número grande de candidaturas não é bom", afirmou.
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Temer argumentou que uma candidatura à Presidência tem que vir acompanhada de um programa de governo e citou que quando assumiu a Presidência já havia apresentado à antecessora Dilma Rousseff a proposta da Ponte para o Futuro.
"Eu cheguei ao poder logo depois de produzir, pelo PMDB, um documento chamado Ponte para o Futuro, eu era vice e era uma colaboração ao governo vigente. Não sei por que o governo achou que aquilo era um gesto de oposição. Aconteceu o que aconteceu e eu cheguei ao poder (...) e o que estou fazendo é a aplicação de um programa de governo", disse Temer, ressaltando que foi "eleito como vice" e que "pela primeira vez alguém executou um programa de governo".